Pão de Açúcar e Casas Bahia podem demorar a fechar um novo acordo sobre a operação que reuniu as duas empresas, em dezembro. E a espera tem chances de durar um mês, dizem fontes que acompanham o assunto.
Uma vez que Michael Klein, presidente da Casas Bahia, resolveu rever o acordo de fusão da sua rede com o Ponto Frio, do Grupo Pão de Açúcar, de Abilio Diniz, todos os pontos estão sendo analisados com cuidado. "É uma operação muito complexa, composta de diversos contratos que tratam de pontos diferentes, desde controles de governança até o valor do aluguel das lojas", diz uma fonte ao Valor.
Havia a expectativa de que o anúncio de conclusão dessa segunda fase de negociações fosse feito na próxima semana. O Pão de Açúcar, que tem ações em bolsa e um sócio estrangeiro - o francês Casino - seria o mais interessado em uma solução rápida, que não afetasse suas ações. Assim que o anúncio de revisão do acordo vazou, em meados deste mês, as ações do Pão de Açúcar recuaram quase 5% em um só pregão.
A Casas Bahia acredita ter ficado em desvantagem no acordo de fusão, que teria sido fechado às pressas e anunciado no início de dezembro. Para rever o contrato, em janeiro a família Klein contratou o Porto Advogados para coordenar o grupo de assessoria jurídica da Casas Bahia, composto pelos escritórios Pinheiro Neto, Waisberg, Signatura Lazard e Orium.
Para os Klein, o maior ponto crítico está na avaliação dos seus ativos que integram a nova empresa: o valor contábil da Casas Bahia foi equiparado ao valor de bolsa do Ponto Frio (em torno de R$ 1,3 bilhão cada um). Mas os Klein sustentam que o valor da sua empresa é de R$ 2,7 bilhões, o que inclui bens como recebíveis, estoques e a frota de 3 mil caminhões. Ficam de fora da conta os imóveis da família (R$ 1,9 bilhão), parte dos recebíveis (R$ 1,067 bilhão), aeronaves (cerca de R$ 200 milhões) e 75% da fabricante de móveis Bartira. (DM)
Veículo: Valor Econômico