A Orkla reforça a posição de maior empresa escandinava de produtos de consumo ao comprar o grupo norueguês concorrente Rieber & Son por 6,1 bilhões de coroas norueguesas (US$ 1 bilhão).
A medida é parte das tentativas do conglomerado, sediado em Oslo, de se transformar em uma empresa exclusivamente voltada a bens de consumo, livrando-se de ativos das áreas industrial, tecnológica e financeira que acumulou em seus 100 anos de história.
A compra atribui ao valor da Rieber, isenta de dívidas, um ágio de 78% em relação ao preço de fechamento de suas ações na sexta-feira. A Orkla já garantiu o apoio de 90% dos investidores da empresa, controlada pela família Rieber.
Com a aquisição, a Orkla - que tem entre suas atuais marcas a Stabburet na Noruega, a Abba Seafoods na Suécia e a Beauvais na Dinamarca - obtém acesso a novos setores e países. A Rieber é a maior fabricante de sopas, molhos e misturas prontas para assados da Noruega por meio de sua marca Toro. Mantém, ao mesmo tempo, posição forte em produtos semelhantes na República Tcheca.
"O que [a operação] cria é, sem dúvida, a maior empresa escandinava de alimentos processados. O cerne do negócio é massa crítica e a criação de uma campeã escandinava. Concorremos com todas as empresas mundiais, como a Unilever e a Nestlé, e [a transação] nos dá vantagem competitiva", disse Age Korsvold, CEO da Orkla, ao "Financial Times".
Korsvold, de 66 anos, é o impulsionador da investida da Orkla para pôr fim a seus tempos de conglomerado com participações que vão desde produtos de alumínio e biorrefinarias a energia hidrelétrica e solar. Ex-vice-presidente do conselho de administração da Orkla, ele assumiu como CEO interino em abril. Enxugou a empresa e mudou o foco para alimentos e marcas de produtos de consumo.
A aquisição da Rieber, sediada na cidade de Bergen (Noruega), marca o fim de uma longa saga entre as duas empresas. A Orkla cobiçava a Rieber há muito tempo, mas a empresa, de controle familiar, conseguiu rechaçar suas abordagens ao longo de uma década.
Consumidores escandinavos são relativamente endinheirados e Suécia e Noruega ainda crescem, ao contrário de muitos outros países europeus. "Trata-se de um mercado estável, mas onde não nos expandimos muito. Como empresa, precisamos de crescimento orgânico e de crescimento adquirido", disse Korsvold.
Veículo: Valor Econômico