Na primeira semana de pregão do mercado atacadista de São Paulo, o feijão carioca se comportou de maneira bastante calma, se mantendo praticamente estável no comparativo com o fechamento do ano passado. Já o preto iniciou o ano com uma valorização bastante peculiar a essa cultura, já que esse tipo de feijão vinha apresentando um padrão de estabilidade nos últimos meses.
O Paraná, que se encontra no auge da colheita da primeira safra, vem apresentando, em algumas localidades, problemas com excesso de chuva, o que está danificando o feijão colhido. "Com o grão mais úmido, as negociações ficam mais difíceis para o produto provenientes deste Estado. Dito isso, é compreensível a queda no preço médio do feijão carioca paranaense", afirma o analista de Safras & Mercado, Régis Becker.
No ínicio do mês, o preço médio pago ao produtor pelo feijão carioca no Paraná havia fechado em R$ 147,14/saca de 60 kg, já na semana passada, apresentou uma leve queda de 1,08%, encerrando com preço médio em R$ 145,54/sc de 60 kg. O feijão preto, no entanto, fez o caminho contrário, e mostrou um aumento considerável no preço médio da saca nas regiões produtoras paranaenses. No ínicio do mês o preço médio de feijão preto era de R$ 107,50, já na semana passada fechou em R$ 111,25, alta de 3,4%. "Essa alta pode ser explicada pela diminuição nas importações e também pela maior procura por este tipo de feijão nas regiões produtoras", aponta Becker.
Oferta - "Como já era esperado, a primeira semana do ano no mercado de feijão carioca apresentou uma quantidade elevada de oferta, diante do período de festas de final de ano, quando não houveram negócios. Mesmo assim, os preços se mantiveram estáveis nos primeiros dias, pois o bom volume de compradores presentes no pregão inicial da semana manteve o preço estável", explica o analista.
Apesar da oferta mais alta no inicio do ano e do bom volume de compradores, as vendas não foram consideradas boas pelos corretores no referencial bolsinha em São Paulo.
O mercado de feijão carioca foi se estabilizando ao longo da semana. Os lotes do carioca originados do Paraná, que abasteciam o mercado atacadista de São Paulo, se apresentavam em quase sua totalidade de forma manchada e úmida, o que dificultou as negociações desse tipo de grão.
"Esse fato levou a uma procura mais intensa por feijão carioca de melhor qualidade, com nota acima de 9, que é escasso no mercado", diz Becker.
Veículo: Diário do Comércio - MG