Maior colheita do grão no Estado vai injetar R$ 32,9 bilhões neste ano, impulsionando a economia no campo e na cidade
Em um efeito multiplicador, a maior safra de soja da história do Rio Grande do Sul deverá injetar R$ 32,9 bilhões na economia gaúcha neste ano. Os efeitos da colheita recorde de 12,2 milhões de toneladas do grão – segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) – vão muito além do campo e se transformam em consumo e investimentos nas cidades.
Apenas nas lavouras, a supersafra de soja no Estado irá chegar a um faturamento de R$ 11,6 bilhões neste ano, conforme levantamento da Federação da Agricultura no Rio Grande do Sul (Farsul).
– Mas esse número praticamente triplica quando consideramos a indústria e os serviços envolvidos com o grão, desde o transporte até o beneficiamento – explica Antônio da Luz, economista da entidade.
O resultado impactará diretamente no Produto Interno Bruto (PIB) gaúcho, que em 2012 teve variação negativa justamente pela quebra da safra de grãos. Neste ano, em um movimento rebote, a economia irá reagir puxada pelo agronegócio – responsável por cerca de um quarto do PIB do Estado.
– O faturamento do agronegócio gera um impacto multiplicador ao refletir no consumo pessoal, desde alimentação e vestuário, até investimentos, como na compra de automóveis, máquinas ou imóveis – explica Marcelo Portugal, professor da Faculdade de Economia da UFRGS.
Ontem, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a Conab e a Emater confirmaram a safra recorde do grão. A colheita está praticamente concluída no Estado.
– Embora nosso levantamento seja de abril, a supersafra já está consolidada. O que pode acontecer é aumentarmos os números com os resultados de maio – aponta o superintendente substituto da Conab no Estado, Ernesto Irgang.
A confirmação da supersafra vem também da Emater, que revisou para cima a expectativa da colheita, chegando a 12,3 milhões de toneladas do grão, superando a Conab.
– Nos ciclos médios e tardios tivemos resultados excepcionais, com até 74 sacas por hectare. O manejo do solo, a rotação de culturas e o uso de tecnologias fizeram com que chegássemos a uma produção recorde – resume Alencar Paulo Rugeri, agrônomo da Emater.
Veículo: Zero Hora - RS