De acordo com pesquisa, apesar de ainda pulverizado, o mercado da bebida no Brasil nunca esteve tão concentrado .
São Paulo - As vendas de café no varejo devem crescer 20,3% nos próximos anos, alcançando R$ 8,3 bilhões em 2017, em comparação com R$ 6,9 bilhões em 2012. A expectativa de aumento de preço do grão e a tendência crescente do consumo de cafés de maior valor agregado deverão contribuir para o crescimento do setor no Brasil. A previsão faz parte do relatório "Cafés", recém-lançado pela Mintel, empresa britânica fornecedora global de inteligência de mídia, consumidor e produto.
De acordo com a pesquisa, as vendas no varejo podem atingir R$ 10,1 bilhões em 2017, no melhor dos cenários. Em contrapartida, as vendas podem até cair para R$ 6,5 bilhões, no pior dos cenários traçados pela Mintel.
A pesquisa traz também uma avaliação sobre a indústria de café no Brasil. Segundo a Mintel, apesar de ainda pulverizado, quando comparado com outras categorias de bebidas (como cervejas), o mercado de café nunca esteve tão concentrado. Nos últimos anos, movimentos de fusões e aquisições fizeram com que a participação dos dez maiores fabricantes aumentasse de 52% em 2009 para 58% em 2011.
"Em um contexto em que o preço dos grãos pressiona a margem da indústria e a escala torna-se necessária para sobrevivência no mercado, a concentração deverá continuar a ser uma tendência presente na categoria", informa a Mintel no relatório.
A pesquisa revela que o movimento de certificação e produção de grão especiais no campo representa outra tendência que pode vir a ser aproveitada pela indústria brasileira para suprir uma demanda crescente que busca qualidade nos produtos. "Alinhados por uma necessidade mundial, produtores estão cada vez mais conscientes da necessidade de agregar valor ao produto e adaptam seus processos produtivos para criação de diferenciais com a certificação", diz o relatório.
Preferência - Conforme a Mintel, a expansão das cafeterias no Brasil representa um dos principais fatores para o desenvolvimento da demanda por cafés especiais. no ambiente de lojas de café que os consumidores muitas vezes têm seu primeiro contato com esses tipos de grão. A pesquisa mostra que 32% dos consumidores que afirmam preferir café premium às marcas comuns dizem consumi-las em uma cafeteria. Esse número cai para 30% em um bar ou padaria, 27% em um restaurante e 25% em casa.
A pesquisa constata, ainda, que o avanço das cápsulas (dose individual) servidas por meio de máquinas apresenta-se como uma tendência crescente, mas ainda como um nicho de mercado, por causa do alto preço.
Veículo: Diário do Comércio - MG