A desvalorização do real frente ao dólar desde maio pode começar a se transformar em alta de preços de eletrônicos e eletrodomésticos, avaliam fabricantes e o setor do varejo. Lojas, que até aqui vinham afirmando que negociariam com fornecedores para evitar repasses, já admitem altas.
O presidente do Magazine Luiza, Marcelo Silva, disse se esforçar para evitar o aumento de custos com componentes importados ao consumidor, mas pela primeira vez admitiu que “vai chegar o momento” de um repasse. Ideia semelhante tem Jorge Herzog, vice-presidente de operações da ViaVarejo (Casas Bahia e Pontofrio):
– Os fornecedores têm feito de tudo para repassar a alta dos componentes importados. Se o câmbio continuar no atual patamar, é alto o risco de repasse.
De acordo com pessoas próximas do setor, é pequeno o espaço para negociação entre varejo e fabricantes. A indústria, por sua vez, descarta por completo a possibilidade de os custos não serem repassados ou de os importados serem substituídos. Conforme o vice-presidente de vendas, novos negócios e supply chain da Whirlpool, Sérgio Leme, os repasses devem começar a ser sentidos nos próximos meses. A companhia é a dona das marcas Brastemp, Consul e KitchenAid.
Veículo: Zero Hora - RS