A rede de franquias Pão To Go chega com o conceito inovador de padaria drive thru. Com investimento inicial de R$ 150 mil por unidade, o ponto forte do negócio é a praticidade e ganho de tempo para o consumidor. Além do pão francês, são comercializados cerca de 30 itens. Atualmente, existem quatro unidades abertas em São Carlos, Bauru e Catanduva (SP) e Uberlândia (MG).
A ideia é do empresário Tom Ricetti que, às vésperas do Natal de 2012 precisou comprar pães e se deparou com padarias e hipermercados lotados. "Todos os dias, alguém passa por isso. Não tem um brasileiro que não consuma o famoso pãozinho", comenta.
A padaria deverá ter pelo menos 20 metros quadrados, em terrenos de 200 metros quadrados por unidade e pode ser construída em postos de gasolina, estacionamentos e subsolo de shoppings. Os interessados em adquirir uma franquia deverão, além do investimento inicial, pagar uma taxa entre 6% a 8% de royalties, 1% do faturamento de julho e 1% de dezembro. O prazo de retorno previsto é de 12 à 24 meses. Ricetti prevê encerrar 2013 com 100 unidades abertas e uma receita de R$ 3 milhões.
Outras 59 franquias já foram negociadas, sendo seis em São Paulo até dezembro, nas regiões da Vila Olímpia, Perdizes, Pinheiros, Paulista e Granja Viana e quatro fora do País, em Miami, Lo Angeles, Chile e Argentina.
Segundo o empresário, a maior dificuldade encontrada tem sido a regularização junto às prefeituras, visto que o projeto está sendo categorizado como loja de conveniência. "Uma franquia leva 30 dias para ficar pronta, no entanto, a aprovação perante os órgãos públicos demora em média 40 dias", comenta.
Na prática
O empresário Julien Fauvel, que adquiriu a franquia de São Carlos está otimista com a aceitação da proposta. A marca previa um faturamento médio de R$ 50 mil mensais tendo como base o atendimento diário de 166 veículos, que gastariam cerca de R$ 10. Em duas semanas, são atendidos em média 350 clientes que consomem cerca R$ 8, faturando um valor aproximado de R$ 70 mil.
"Como se trata de um projeto piloto, muita coisa pensada na teoria, nós temos vivido na prática. Nosso maior problema tem sido com fornecedores em geral, principalmente com validade e preço", enfatiza. Para ele, a ideia inicial seria trabalhar com marcas líderes, "mas o departamento comercial das empresas não acompanha o que é negociado com o marketing e não dão a mesma importância para o pequeno empresário", lamenta.
Apesar dos entraves, Fauvel pretende abrir outras três lojas em 2014. "A ideia é vender tempo e não apenas pão", afirma.
Riscos do negócio
Para o vice-presidente do Sindicato da Indústria de Panificação do Estado de São Paulo (Sindipan), Manuel Alves, este é só mais um negócio entre tantos que nascem todos os dias. "Não acredito que a novidade leve os clientes que preferem a padaria tradicional", afirmou.
Já o especialista em franchising e sócio-diretor da Praxis Business, Maurício Galhardo, o crescente número de adeptos em tão pouco tempo traz o risco de uma má gestão do negócio. "Pode não emplacar em algumas praças. A adaptação dos produtos à região, a interação aos costumes e a cultura local é um ponto importante para fidelizar clientes e ganhar mercado", avalia.
Segundo ele, é preciso manter o padrão de qualidade em todas as franquias e acompanhar o trabalho dos demais franqueados.
Para Galhardo, o projeto de franquias de padarias é inovador, já que, culturalmente, é uma ideia certa. No entanto, é necessário atenção à gestão dos franqueados, à logística dos fornecedores e adequações regionais", finaliza o especialista.
Veículo: DCI