Marcas consolidadas do setor de alimentos estão apostando na extensão de linhas de produtos para ganhar mais mercado e expandir sua atuação para além das gôndolas e estados onde atuam. Iniciativa que pode render bons resultados financeiros e de visibilidade da marca, mas que não dispensa um estudo de viabilidade. Márcio Picanço, diretor do Grupo Crac, que tem como carro-chefe uma linha de produção de batatas fritas e batata palha, vendidas em redes de supermercados no estado do Rio, decidiu investir no mercado de refrescos para se lançar de forma mais agressiva nos estados de São Paulo, Minas Gerais e Espírito Santo.
"Sempre acompanhamos o mercado de refrescos e em meados de 2011 começamos a estudar esse negócio como o caminho de uma extensão de linha. Iniciamos as obras da fábrica própria para os refrescos Crac no ano passado e lançaremos os produtos na próxima edição da Super Rio Expo Food, em março, no Rio", diz ele.
Além de estudos do mercado, a fusão com a Guaraná Chuí, também fluminense, serviu de base para o projeto, diz Picanço. "Com a fusão, nos sentimos prontos para ampliar as fronteiras. Teremos uma produção de cinco milhões de copos de refresco por mês e vamos aproveitar nossa rede de distribuição, além de aumentá-la, para levar o produto ao mercado. O aumento no consumo pela classe C também determinou a decisão", completa.
A Granfino, tradicional indústria fluminense, por décadas foi conhecida pela farinha de mandioca e fubá. Hoje, tem uma linha de grãos, molhos, óleos vegetais, azeites e até ração para animais com a marca Gran. A novidade é uma linha de pipocas para microondas.
"Há mais de dez anos, iniciamos o processo de reposicionamento da marca e do negócio, com mudanças na política administrativa e ampliação do mix de produtos", diz o Gerente de Marketing Felipe Lantimant.
Andreia Russo, diretora de Marketing do Grupo Troiano de Branding, alerta que o caminho para a extensão de linha precisa ser pautada em um sólido relacionamento da marca com o consumidor. Caso contrário, ele não reconhecerá o valor do novo produto.
"É preciso evitar riscos. Lançar muitos produtos nem sempre é o melhor caminho. É importante dar um tempo para o consumidor absorver cada um deles. Ter produtos heterogêneos requer estudos mais aprofunda dos. Umaextensão de linha mal sucedida pode comprometer a trajetória do negócio e futuros lançamentos", assinala.
Fonte: Brasil Econômico