A inflação dos alimentos segue firme e forte. Em abril, o custo da cesta básica subiu em 17 das 18 capitais pesquisadas pelo Departamento
Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). A única queda foi registrada em Goiânia (-5,41%). No Recife, o aumento foi de 3,07%. Com mais este aumento, o valor da cesta na capital pernambucana passou de R$ 280,06 para R$ 288,67. Os maiores reajustes foram verificados em Belo Horizonte (11,49%), Aracaju (5,41%) e Natal (4,15%).
Na capital pernambucana, seis dos 12 produtos pesquisados registraram aumento em seus preços médios. O destaque principal vai para um velho conhecido da vilania de preços, o tomate, que subiu 20,50% no mês passado. Segundo o Dieese, o preço do tomate apresentou alta devido a estiagem nas regiões produtoras, contraindo a oferta.
"Mais recentemente, a baixa oferta de tomate maduro tem elevado as cotações. Segundo o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), mesmo com sua colheita sendo realizada, boa parte do produto está verde, valorizando o preço do tomate maduro", destaca o Dieese em seu relatório.
Já o óleo de soja subiu 6,09% no mês passado. A culpa é do calor. As altas temperaturas reduziram a produção e qualidade do insumo. Os preços da carne aumentaram 3,78%. "A crescente exportação de carne e a estiagem do início de 2014 continuam tendo grande impacto no preço no varejo", afirmam os técnicos do departamento. O preço da banana também subiu no mês passado: 3,12%.
Entre as quedas registradas pelo Dieese em abril, as maiores foram as do açúcar (8,47%), do arroz (6,01%) e do feijão (5,40%).
Acumulado do ano
No acumulado dos primeiros quatro meses de 2014, as 18 capitais apresentaram alta no valor da cesta básica. As maiores elevações ocorreram em Brasília (14,43%), Curitiba (11,42%) e Florianópolis (10,12%). No Recife, a alta acumulada foi de 5,09%. Os menores aumentos foram verificados em Manaus (0,63%), Natal (3,37%) e Salvador (3,49%).
Porto Alegre foi a capital com a cesta básica mais cara em abril (R$ 359,37). Com base neste valor e levando em consideração a determinação constitucional que estabelece que o salário mínimo deve suprir as despesas de um trabalhador e sua família com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência, o Dieese estima mensalmente o valor do salário mínimo necessário para uma família de quatro pessoas. Em abril deste ano, o valor deveria ser R$ 3.019,07. Ou seja, 4,17 vezes o mínimo em vigor, de R$ 724.
Veículo: Diário de Pernambuco