Ar-condicionado quente/frio é o preferido na internet. Produtos de cama, mesa e banho também tiveram procura alta na semana passada
Francelle Marzano
Em Belo Horizonte, as baixas temperaturas da última semana aumentaram em 50% as vendas de produtos relacionados ao frio, como cobertores e agasalhos. A expectativa dos lojistas é de que as vendas continuem aquecidas até meados de agosto, especialmente com a chegada de nova massa de ar polar ao estado, prevista para quinta-feira. De acordo com levantamento encomendado pelo Estado de Minas ao site Buscapé, as buscas por produtos como aquecedor, ar-condicionado quente e frio, cobertores e mantas saltaram de 102,2 mil, em junho, para 111,3 mil, em julho, uma alta de 9%. Ainda de acordo com o levantamento, o produto mais procurado foi o ar-condicionado quente/frio, que passou de 77,3 mil buscas, em junho, para 88,2, em julho, um aumento de 14,5%.
Gerente de uma loja especializada em roupas de cama no Centro da Capital, Ailson da Anunciação, afirma que a ultima semana foi de recuperação da queda de 30% nas vendas durante a Copa do Mundo. Segundo ele, o que os produtos mais procurados foram mantas e edredons, com preços médios entre R$ 50 e R$ 100. O gerente explica que a alta de 50% na venda dos produtos amenizou os prejuízos do mês anterior. "O frio chegou mais tarde. Achamos que não íamos vender nada. Agora, com o frio da última semana e previsão de nova massa polar, estamos mais otimistas", afirma.
Para Ailson, a inflação e os juros altos fizeram subir a inadimplência e o acúmulo de dívidas impactou negativamente as vendas, mesmo com as temperaturas baixas. "Os clientes não querem gastar muito. E, muitas vezes, quando finalizam a compra e vão fazer o pagamento, o cartão não autoriza. Aí, ele desiste de levar os produtos", lamenta.
A aposentada Maria Sudária Meireles, de 69 anos, fez uma compra de R$ 60 na loja e levou uma manta para presentear o filho. "Não ia comprar nada, pois está tudo muito caro, mas o frio nos pegou desprevenidos. Tenho uma manta dessas e meu filho gostou. Como é aniversário dele e as temperaturas estão baixas, resolvi presenteá-lo com uma", conta.
Roupas
Na loja de tricô, também no Centro de Belo Horizonte, as vendas tiveram alta de 50% com a queda da temperatura. Os produtos de inverno, como blusas e casacos, que estavam em promoção, foram vendidos a toque de caixa e, de acordo com a gerente do local, Naiara Carolina, eles tiveram que recorrer à fábrica, que também não tinha grande estoque para repor. "Ninguém achava que o frio ia chegar desse jeito. Achamos que as temperaturas iam se manter e, por isso, não investimos muito nos produtos de inverno. O que a gente tinha estava parado até sexta-feira da semana passada quando os consumidores começaram a procurar", afirma. Ainda de acordo com a gerente, os produtos mais procurados na última semana foram vestidos de manga longa, sobretudos e blusas mais finas, para usar por baixo de casacos.
A consultora de vendas Renata Cristina da Silva é uma das consumidoras que fizeram a venda dos produtos se inverno aumentar. Só na ultima semana, ela comprou um casaco, uma blusa de lã e ainda tinha planos de gastar R$ 200 com outras roupas de inverno. A idéia, segundo ela, é aproveitar as promoções para conseguir preços mais em conta e conseguir levar para casa mais produtos. "Se fosse com o preço sem desconto, ia comprar apenas dois produtos para a temporada, mas, como as lojas estão todas em promoção, vou levar mais e gastar menos, só tenho que procurar pelo melhor preço", disse.
Veículo: Estado de Minas