Índice - Queda no custo da alimentação ocorre pelo terceiro mês consecutivo
O custo da alimentação do paraense caiu pelo terceiro mês consecutivo, em setembro, como aponta o Departamento Interestadual de Estatística e Estudos Socioeconômicos do Estado do Pará (Dieese-PA). O recuo foi de 0,94%, custando a média de R$ 298,68 e comprometendo quase 45% do orçamento baseado no salário mínimo vigente de R$ 724. Para isso, os trabalhadores paraenses precisaram trabalhar 90 horas e 46 minutos das 220 horas previstas em lei para garantir minimamente a alimentação. Belém é a capital que mantém os custos em queda, junto com outras 17 capitais. Outras sete, pesquisadas pelo Balanço Nacional da Cesta Básica do Dieese, tiveram aumento de preço. Na avaliação dos oito primeiros meses de 2004, a alimentação básica e mínima do trabalhador teve aumento acumulado de 0,79% ou de 2,17% se considerados os últimos doze meses. O pico foi em junho, com custo de R$ 318,46.
As principais quedas de preços de setembro foram no feijão, com recuo 10,71%; óleo de cozinha, com queda de 5,73%; tomate, 5,50% mais barato; farinha de mandioca, com redução de 2,56%; café, com queda de 2,08%; açúcar com queda de 1,56%; e arroz com queda de 0,96% no preço. Nos últimos 12 meses, alguns produtos básicos da mesa dos paraenses apresentaram quedas significativas de preços, com destaque para a farinha de mandioca, com recuo de 35,93%, seguida do feijão (recuo de 29,69%), do leite (recuo de 7,21%) e do arroz (5,50% mais barato).
Entretanto, setembro não foi apenas mês de comemoração do consumidor, pois alguns produtos continuaram apresentando aumentos de preços, com destaque para: manteiga, com alta de 3,08%, seguida da carne bovina, com alta de 3,05%. E no acumulado dos últimos 12 meses, com uma inflação de 6,50%, outros aumentos de preço foram: tomate, com alta de 20,74%, seguido da carne bovina (alta de 19,08%), pão (alta de 3,10%), Manteiga (2,96% mais cara), café (2,94% mais cara); banana (1,90%) e do óleo de cozinha (1,54%).
Nos estudos do Dieese-PA, no mês de setembro, o custo da cesta básica para uma família padrão paraense, composta de dois adultos e duas crianças, ficou em R$ 896,04 sendo necessários, portanto cerca de 1,2 salário mínimo para garantir as mínimas necessidades do trabalhador e sua família, somente com alimentação.
“Com base no maior custo apurado para a cesta básica nacional e levando em consideração o preceito Constitucional, que estabelece que o salário mínimo deva ser suficiente para alimentar o trabalhador e família, suprindo as necessidades com alimentação, educação, moradia, saúde, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência. Neste sentido, o Dieese estima que o salário mínimo deveria ter sido de R$ 2.862,73”, explicou o economista Roberto Sena, supervisor técnico do Dieese-PA.
Veículo: O Liberal - PA