Setor industrial teve a terceira queda consecutiva de vendas externas na comparação com períodos iguais de 2013
As exportações do Estado atingiram US$ 5,81 bilhões no terceiro trimestre, o que representa uma queda de 8,5% em comparação com o mesmo período de 2013. O desempenho foi influenciado pelas desacelerações nas vendas de produtos básicos (-13,9%) e industriais (-6,2%), que somaram respectivamente, US$ 1,67 bilhão e US$ 4,03 bilhões.
A indústria, que respondeu por 70,3% das vendas externas do Estado, registrou o terceiro trimestre consecutivo de retração. Nessa base de comparação, os principais recuos estiveram concentrados nos setores de veículos automotores, reboques e carrocerias (-33,5%) e de máquinas e equipamentos (-17,5%), por conta da menor demanda da Argentina. “Preocupa o fato de não termos perspectivas animadoras para o comércio exterior gaúcho no curto prazo. Esses importantes setores da nossa pauta de exportação devem continuar a ser afetados pela grave crise que acomete a Argentina”, ponderou o presidente da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs), Heitor José Müller. Outras quedas expressivas vieram de produtos de metal (-18,3%) e produtos alimentícios (-9,9%). Já os maiores avanços ocorreram em couro e calçados (19,3%), produtos químicos (16,2%) e coque e derivados de petróleo (14,1%). De um total de 25 categorias industriais, apenas 11 apresentaram alta, enquanto 10 recuaram e quatro registraram estabilidade.
Em relação aos principais destinos das exportações, a China garantiu a liderança (US$ 1,85 bilhão) no terceiro trimestre, apesar de ter reduzido a sua demanda em 2,7%, especialmente de soja. A segunda posição ficou com os EUA (US$ 414,7 milhões), que diminuíram seus pedidos em 0,6% e adquiriram menos tabaco não-manufaturado. Na sequência veio a Argentina (US$ 373,2 milhões), mesmo tendo comprado 33,8% a menos. O país vizinho deixou de importar basicamente veículos automotores.
Ainda entre julho e setembro, as importações totais retraíram 15,1%, totalizando US$ 4,04 bilhões. Todas as categorias de uso sofreram quedas expressivas, incluindo aquelas ligadas à indústria: bens intermediários (-16,1%) e bens de capital (-11,1%). “Como o câmbio médio se manteve praticamente estável no período, destaca-se que o resultado é condizente com o atual processo de desaceleração da economia gaúcha e com os baixos níveis de confiança do empresário industrial para o futuro”, disse Müller.
De janeiro a setembro, a retração das exportações do Rio Grande do Sul chegou a 7,5%, sem levar em consideração a contabilização como venda da plataforma de petróleo e gás, realizada em junho de 2013. Já no mês de setembro, houve diminuição de 2,1% no total, enquanto os embarques da indústria foram reduzidos em 4,0%. Os principais resultados negativos ficaram por conta de veículos automotores, reboques e carrocerias (-44,4%), produtos de metal (-20,5%) e produtos alimentícios (-13,6%). Por outro lado, os setores de couro e calçados (26,3%), químicos (22,7%) e tabaco (14,9%) registraram crescimentos expressivos.
Veículo: Jornal do Comércio - RS