Redução na oferta provoca um aumento médio de 7,8% na Ceasa Minas
O encerramento do bloqueio parcial dos caminhoneiros nas rodovias federais que cortam o Estado, ontem, não amenizou o prejuízo de alguns setores da economia mineira e já refletiu em aumento nos preços de alguns produtos alimentícios. Na Centrais de Abastecimento de Minas Gerais (Ceasa Minas), por exemplo, a entrada dos principais hortigranjeiros no entreposto de Contagem, na Região Metropolitana de Minas Gerais (RMBH), foi bastante prejudicada. Pela manhã, o movimento ficou bastante reduzido no local e, como conseqüência da queda da oferta, o preço médio dos alimentos subiu 7,8%.
Em nota, a Ceasa Minas informou que a alta nos preços só não foi maior porque muitos compradores, principalmente do interior de Minas Gerais e de outros estados, deixaram de vir ao entreposto por causa das paralisações nas estradas mineiras. "Tanto a redução da oferta como a menor demanda podem ser atribuídas principalmente às diversas retenções das rodovias, ligadas ao protesto dos caminhoneiros", afirmou a central de abastecimento.
Lojistas e produtores rurais que atuam no entreposto relataram que várias mercadorias chegaram com atraso na central, quando boa parte das negociações já havia sido realizada.
Conforme a Ceasa Minas, entre os produtos mais importantes que apresentaram redução na oferta estão a batata (-62,9% e alta de 22,5% no preço); a cebola amarela (queda de 98,2% na oferta e alta de 21,9% no preço); a cenoura (queda de 60,9% na oferta e alta de 18% no preço); a moranga híbrida (queda de 5,4% na oferta e alta de 2,8% no preço); o mamão-havaí (queda de 69,3% na oferta e alta de 28,8% no preço); e o limão tahiti (queda de 90,5% na oferta e alta de 59,6% no preço).
Ainda segundo a central de abastecimento, caso hoje sejam mantidas as liberações das rodovias, a expectativa é que a oferta dos principais produtos seja normalizada nos próximos dias.
A manifestação dos caminhoneiros nas rodovias federais foi suspensa em função de decisão judicial concedida na tarde de terça-feira. A Advocacia-Geral da União (AGU) obteve liminar determinando a liberação das rodovias em Minas que estavam obstruídas, mas a decisão valeu apenas para estradas federais.
Com isso, parte dos manifestantes acabou migrando para estradas estaduais. Até o fechamento desta edição, dois pontos da MG-050 no Sul de Minas estavam bloqueados, em São Sebastião do Paraíso e em Itaú de Minas. Nesses trechos, o trânsito está lento e apenas carros de passeio, ônibus, ambulâncias e veículos com cargas perecíveis puderam passar. Um pouco mais cedo, em Itaúna (Centro-Oeste), a MG-050, que também estava bloqueada neste trecho, acabou liberada.
Fiat - Depois de dois dias sem produção de veículos na Fiat Automóveis, em Betim (RMBH), ontem, a montadora retomou as operações no terceiro turno e os operários voltaram ao trabalho.
De acordo com informações da assessoria da Fiat, a previsão para hoje é que a produção seja normalizada. A montadora não divulgou números referentes a veículos que deixaram de ser produzidos por causa da paralisação nas rodovias. O número de trabalhadores dispensados também não foi revelado.
Veículo: Diário do Comércio - MG