Cenário econômico adverso já atinge a confiança do empresário do comércio, que prevê vendas fracas nessa data
O cenário econômico adverso já atinge a confiança dos empresários do varejo de Belo Horizonte em relação à Páscoa. Diferente do ano passado, quando 53% do setor estava otimista com a chegada da data comemorativa - primeira do calendário varejista no ano -, em 2015, esse percentual caiu para menos da metade: apenas 26,4% dos lojistas apostam que as vendas serão melhores que as praticadas no exercício anterior. Os dados são da Pesquisa de Opinião do Comércio Varejista, realizada pela Federação do Comércio do Estado de Minas Gerais (Fecomércio-MG).
Para a supervisora de Estudos Econômicos da entidade, Luana Oliveira, os comerciantes estão cautelosos até por se tratar da primeira data importante do ano para o setor. "A Páscoa vai balizar o que deve acontecer no primeiro semestre. Se for bem, os empresários deverão apostar mais no Dia das Mães. Se for mal, o contrário deve acontecer", afirma a economista.
No entanto, Luana acredita que a Páscoa, além de movimentar os estabelecimentos de artigos religiosos por ser uma comemoração cristã, também gera oportunidade para outras modalidades de negócios ao ensejar a troca de pequenas lembranças, tais como itens de perfumaria, livraria e enfeites.
Conforme a estimativa, 80,9% dos empresários ouvidos acreditam que a Páscoa tem efeito positivo no ritmo dos negócios, mas 32,9% acreditam que vão comercializar o menos do que no ano anterior. Para 40,7% o volume de vendas será mantido.
Dívida - Conforme a pesquisa, 54% dos empresários entrevistados acreditam que a comemoração da data em si é o principal fator que pode levar os consumidores às compras. No entanto, para 47,4%, o endividamento do consumidor será o principal fator que pode inibir as vendas.
"Dentro da realidade do momento os empresários estão otimistas. Mas os custos subiram e os lojistas tiveram que repassar isso para o consumidor. Os ovos de Páscoa estão com preços mais altos e isso também influencia negativamente na decisão de compra. As pessoas estão mais cautelosas em relação ao futuro e não devem gastar muito", avalia.
O tíquete médio esperado por consumidor deve variar de R$ 30 a R$ 50 para 42% dos entrevistados. Para 24%, deve ficar de R$ 50 a R$ 700; já para 26,1%, os presentes não custarão mais de R$ 30. "Os preços mais altos também pode levar muita gente a trocar os ovos tradicionais por opções mais baratas, como barras de chocolate e bombons", ressalta a economista.
A pesquisa também mostrou que para a maioria dos comerciantes (86%) a data cair no início ou no final do mês influencia diretamente as vendas. "Caso a Páscoa ocorra no final do mês, as expectativas caem. Neste ano, acontece na primeira quinzena, o que é considerado positivo pelos pesquisados", explica.
A pesquisa foi realizada com 150 lojistas de Belo Horizonte, entre os dias 9 e 11 de março e a margem de erro é de 6%.
Veículo: Diário do Comércio - MG