O país fechou 2.415 vagas de emprego em fevereiro deste ano, pela série sem ajuste sazonal, resultado bem pior que a geração de 260.823 em igual mês do ano passado, mas melhor que a eliminação de 81.774 postos em janeiro de 2015. O dado do mês passado é o pior para meses de fevereiro desde 1999, quando foram fechados 78 mil postos
O saldo negativo ficou dentro do intervalo de estimativas, que iam de fechamento de 23.500 vagas a abertura de 118.500 postos de emprego, e abaixo da mediana, positiva em 30 mil. O setor de serviços foi o responsável pela maior geração de vagas formais de trabalho em fevereiro, com um saldo positivo de 52.261 postos, segundo dados do Caged. A indústria de transformação gerou 2.001 vagas no mês passado.
Já o comércio puxou o saldo para baixo com o fechamento de 30.354 postos em fevereiro. No mês, a construção civil fechou 25.823. A agricultura, por sua vez, extinguiu 9.471 postos no mês.
Culpados - Segundo o ministro do Trabalho e Emprego, Manoel Dias, a Operação Lava Jato influenciou no resultado negativo do emprego em fevereiro, com fechamento de 2.415 vagas. "Certamente, nesse primeiro momento, a Lava Jato influenciou em redução de emprego", avaliou. Para Dias o impacto é registrado no Brasil inteiro, não só no Estado do Rio de Janeiro. Ele lembrou que muitas empresas terceirizadas já tiveram problemas e ressaltou a situação envolvendo a Petrobras. "A própria Petrobras, que tinha uma previsão de investimentos de R$ 50 bilhões, prevê uma redução de 20%", disse.
Para ele, os problemas são claramente percebidos na construção civil. O setor fechou 25 mil vagas em fevereiro. "Tem influência, na medida em que serão repactuados esses contratos", disse. O ministro espera que o quadro melhore com o avançar das investigações e a assinatura de acordos de leniência com as empresas envolvidas.
Estabilidade - Dias também avaliou que o resultado do Caged de fevereiro não foi excepcional, mas reverte uma expectativa negativa, quando comparado ao resultado de janeiro, que teve menos 81 mil vagas. "A perda de novos postos, em torno de 2 mil, demonstra estabilidade", avaliou. Segundo ele, um dos fatores que provocaram o resultado é o ajuste fiscal promovido pelo governo, mas os setores vão reagir positivamente às medidas. Ele ressaltou que não haverá cortes de programas de distribuição de renda.
O ministro informou ainda que espera uma melhoria nos dados da construção civil, que fechou 25 mil vagas em fevereiro, na medida em que começarem novos contratos. Segundo ele, o MTE, através do FGTS, tem um orçamento de R$ 65 bilhões em 2015, que serão aplicados na construção de casas para a população de baixa renda. (AE)
Veículo: Diário do Comércio - MG