Produção do grão deve ser estimulada ao longo da segunda safra em 2015 devido a maior resistência da planta
A adoção do sorgo ao longo da segunda safra em 2015 deve ser estimulada pela maior resistência em relação à escassez hídrica. Em Minas Gerais, o produto vem ganhando espaço ao longo dos últimos anos já que houve melhorias no manejo e na tecnologia empregada. De acordo com os dados da Secretaria de Estado da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), entre 2001 e 2014 a produção estadual cresceu 617%. Para este ano, até o momento, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) estima produção de 506,7 mil toneladas, pequena variação positiva de 0,1% frente a 2014.
Segundo o assessor técnico da Seapa Francisco Augusto Lara de Souza, as expectativas em relação à safra são positivas. Como o plantio começou neste mês ainda e se estende até abril, não é possível estimar qual será a real produção estadual. Vários fatores vêm contribuindo para uma melhor produção de sorgo em Minas. Além da escolha correta das sementes, os produtores têm investido no manejo, com o controle correto de pragas, doenças e do solo.
"Dessa forma, a produtividade tem sido estimulada nos últimos anos. Entre 2001 e 2014, por exemplo, o rendimento da cultura cresceu 70%. Ainda é cedo para estimar qual será a produção total de sorgo em Minas, mas nossas expectativas são favoráveis, já que as principais regiões produtoras concentram também o maior aparato tecnológico", explicou.
A adoção de tecnologia tem permitido que Minas Gerais se destaque na produção nacional de sorgo. Com uma produção em torno de 506,7 mil toneladas, o Estado é o segundo maior produtor, atrás de Goiás, respondendo por 25% do volume colhido no país. A produtividade do sorgo no Estado gira em torno de 2,9 toneladas por hectare. A área destinada ao cultivo é de 170,4 mil hectares.
Safras - Em Minas, o produto é cultivado em duas safras. Na primeira, quando são colhidas cerca de 14 mil toneladas, a maior concentração é no Norte de Minas, que responde por 40% do volume estadual. Já na segunda safra, que está em fase de cultivo, pode alcançar 496 mil toneladas, as regiões do Triângulo Mineiro, Noroeste e Alto Paranaíba respondem por 50% do volume colhido.
"A adoção no Norte de Minas tem como principais justificativas a tradição e o regime irregular de chuvas, isso pelo sorgo ser mais resistente ao estresse hídrico. Nas demais regiões, onde o aparato tecnológico é maior, a opção de investir no sorgo vem após o cultivo do milho", explicou Souza.
O crescimento da produção estadual nos últimos anos também foi estimulado pela possibilidade de utilizar o grão na substituição do milho na composição da ração animal. Por ter o preço menor que o do milho, a fabricação de ração fica mais competitiva. No cenário atual, com os preços pagos pelo milho variando no Estado entre R$ 25 e R$ 32 por saca de 60 quilos, dependendo da região produtora, o valor do sorgo fica entre 60% e 70% do preço do cereal.
"O sorgo entra como uma alternativa muito boa nas regiões onde os regimes de chuvas são mais irregulares. No Estado, o produto é bem tradicional sendo bom na substituição do milho na ração. As expectativas são boas para a cultura, que não deverá sofrer impacto negativo devido ao atraso da primeira safra de grãos", disse o coordenador técnico estadual de Culturas da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais, Wilson José Rosa.
Veículo: Diário do Comércio - MG