Segmento é opção para consumidor driblar a inflação, o que estimula novos negócios na cidade
Em momentos de inflação em alta, estagnação da renda e maior endividamento das famílias, os consumidores acabam mudando o jeito de fazer compras no supermercado. E a eterna busca por preços mais baixos tem levado muitos deles aos chamados ‘atacarejos’, modalidade que combina os preços do atacado com a diversidade de produtos do varejo.
A empresária Renata Oliveira é uma adepta dos ‘atacarejos’. “Venho de família grande e minha mãe sempre comprou em atacados por conta dos preços”, conta.
Depois que casou, ela aderiu ao costume em sua casa. “Hoje, os atacarejos possuem uma variedade enorme de produtos. Mas, a grande vantagem é mesmo o preço”, garante.
Por levar mais itens de um mesmo produto para casa, os preços, em alguns casos, chegam a ser mais de 30% mais baixos que outras modalidades de mercados varejistas. Com isso, os ‘atacarejos’ estão ganhando cada vez mais espaço no mercado e caíram no gosto dos ribeirão-pretanos.
Prova disso é que hoje, na cidade, há oito lojas do setor. A mais recente delas, o Tenda Atacado, será inaugurado amanhã, dia 28.
Segundo Fernando Bara, diretor geral do grupo Tenda Atacado, o momento econômico atual é sentido por todos os negócios. “Uns mais e outros menos. E a criatividade é necessária para superar esse momento”, diz. “Na medida em que apresentamos ofertas, com produtos de qualidade e propiciando preços diferenciados para compras não só de caixas fechadas, mas, de quantidades viáveis, ajudamos a superar o momento de crise, fazendo o dinheiro de cada um render mais”, completa.
Expansão
Mas, assim como Renata, muitos outros consumidores estão buscando os ‘atacarejos’ para se proteger das altas dos preços.
De acordo com pesquisa realizada pela consultoria Nielsen, a expansão dessa modalidade foi de 9,7% em 2014.
“Com a inflação, os preços finais sobem e o consumidor tenta fazer o salário render ao máximo. Por isso, cresce a procura pelos atacarejos”, reforça o economista e professor da FEA/USP-RP Edgard Monforte Merlo.
Consumidor está ainda mais atento
O consumidor está cada vez mais atento. Para o presidente da Associação Paulista dos Supermercados (APAS), Pedro Celso, os ‘atacarejos’ são alternativas para consumidores que buscam economia.
“A concepção do atacarejo era para vender para o pequeno comerciante, para revender. Mas, o consumidor descobriu e começou a frequentar esse tipo de loja”, diz.
O economista Edgard Merlo frisa que, por vender para o consumidor final, os ‘atacarejos’ devem ser visto de forma positiva. “Facilita a competição e quem ganha é o consumidor”, frisa. Segundo ele, estudos feitos nos Estados Unidos mostram que a modalidade ajuda até a controlar a inflação, devido à pressão nos fornecedores. “Brigam para reduzir os valores de compra e ter margem para colocar preços baixos para os clientes.”
Grupo gera 200 empregos
Amanhã, o grupo Tenda Atacado inaugura a sua primeira loja em Ribeirão Preto. São ao todo, 24 lojas da rede. Além de toda a estrutura para os consumidores, o empreendimento ainda irá gerar 200 empregos diretos e uma estimativa de 600 indiretos para o município.
Uma grande notícia, visto que nos primeiros quatro meses do ano, a cidade registrou saldo positivo de apenas 18 vagas.
Segundo o diretor geral do grupo Fernando Bara, a opção por Ribeirão foi feita após ampla pesquisa de mercado. “É uma das cidades mais prósperas do país e com grande potencial de crescimento”, afirma.
A unidade localizada nos Campos Elíseos, visa atender supermercados, mercearias, bares, restaurantes, hotéis, padarias e o consumidor final.
“O Tenda possui infraestrutura enxuta, moderna, à altura dos anseios dos clientes, na apresentação, no atendimento, no mix variado de produtos e no preço competitivo”, frisa.
Veículo: Jornal A Cidade de Ribeirão Preto