Setor acumula quatro meses seguidos de retração; queda ante igual mês de 2014 foi a maior em 12 anos
O movimento fraco no comércio para o Dia das Mães derrubou o resultado do varejo em 4,5% no mês de maio comparado com o mesmo mês do ano passado.Foi o pior resultado desde agosto de 2003 (-5,7%).Na passagem de abril para maio, a queda foi de 0,9% na série livre de efeitos típicos de cada período (como o número de dias úteis) –o quarto mês consecutivo de retração. Com isso, o comércio acumula baixa de 0,5% em um período de 12 meses.
Os dados foram divulgados pelo IBGE nesta terça (14).
A expectativa de economistas consultados pela agência internacional Bloomberg era de queda de 0,3% em maio ante abril e de 3,07% na comparação entre maio de 2015 e o mesmo mês do ano anterior.No ano, a retração do comércio varejista é de 2%. O setor passa por uma intensa desaceleração, afetado pelo menor ritmo da economia, a queda do emprego e renda, crédito mais restrito e inflação em alta.
SETORES
Sete das dez atividades acompanhadas pelo IBGE tiveram queda na passagem de abril para maio. Entre os destaques estão móveis e eletrodomésticos (-2,1%).As vendas desses produtos têm sido afetadas pela redução da renda da população, além da retirada de incentivos fiscais.
O setor de hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo recuou 1,1% de abril para maio.Artigos farmacêuticos, medicinais, ortopédicos e de perfumaria recuaram 0,4%. Esse grupo vinha resistindo às perdas do varejo.
AMPLIADO
O IBGE também calcula as vendas do varejo ampliado, que inclui os setores de veículos e material de construção.O varejo ampliado apresentou queda de 1,8% na passagem de abril para maio e de 4,2% em maio ante igual mês do ano anterior.As vendas de automóveis encolheram 4,6% de abril para maio, período marcado por pátios cheios nas montadoras.Já as vendas de material de construção encolheram 11,3% em maio ante mesmo mês do ano passado.
Veículo: Jornal Folha de S.Paulo