O menor volume de encomendas de fogões e refrigeradores representou os principais impactos negativos para indústria no primeiro semestre deste ano
São Paulo - As vendas de eletrodomésticos da linha branca (fogões, lavadoras e refrigeradores) recuaram 11% no primeiro semestre ante igual período do ano passado, informou ontem a Associação Nacional de Fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos (Eletros).
De acordo com dados prévios da Eletros, entre janeiro e junho deste ano, as encomendas do varejo somaram 7,431 milhões de unidades contra 8,343 milhões de unidades da primeira metade de 2014. No período, foram as vendas de fogões e refrigeradores que tiveram a maior retração, acumulando quedas de 18% e 10%, respectivamente. Já as encomendas de lavadoras baixaram 1% e as de micro-ondas cederam 12%. "Com uma queda dessa no primeiro semestre, é melhor que o segundo semestre seja bem forte para compensar", disse o presidente da Eletros, Lourival Kiçula, em entrevista ao DCI.
Dentro da linha marrom, as vendas de televisores registraram queda de 39% no primeiro semestre sobre um ano antes, totalizando 4,856 milhões de peças, conforme os dados preliminares da Eletros. A queda reflete uma base de comparação mais forte no ano passado, uma vez que as vendas desse tipo de aparelho foram impulsionadas pela realização da Copa do Mundo no Brasil. Na ocasião, muitas empresas realizaram promoções para estimular as compras. Por conta disso, vendas de televisores (CRT, LCD e plasma) acumularam 14,993 milhões de unidade entre janeiro e dezembro do ano passado. Em 2013 foram vendidas 14,816 milhões de peças enquanto em 2012, 14,364 milhões de aparelhos.
Perspectiva
O presidente da Eletros observa que o cenário econômico está mais difícil no segundo semestre de 2015.
"Espero que o segundo semestre seja melhor, porque é a época que normalmente concentra 60% das nossas vendas. Mas não acho que o segundo semestre deste ano supera o do ano passado. A torcida é para que empate pelo menos", disse Kiçula. A segunda metade do ano, geralmente, registra um maior número de encomendas já que a indústria costuma concentrar o lançamento de novas tecnologias.
Para impulsionar os negócios, Kiçula destaca a necessidade de linhas de crédito para o consumidor. "É preciso que o consumidor tenha confiança de que terá emprego, terá aumento de salário e uma linha de crédito bastante extensa [prazos] para que tenha vontade de comprar. Com o consumidor comprando, o varejo fica confiante e compra da indústria", acredita.
Veículo: Jornal DCI