Precipitações em excesso no Sul e em falta no Nordeste prejudicam o setor.
O movimento desta época do ano de enfraquecimento dos preços do leite ao produtor continuou em novembro. Produções do nordeste e do sul do Brasil foram afetadas pela quantidade de chuva. Nos Estados do Sul as chuvas se intensificaram ao ponto de reduzir a produção de leite em muitas regiões, além de dificultarem a captação do produto. Já na Bahia, é a falta de precipitações que tem diminuído a produção.
Segundo alguns colaboradores do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea, Piracicaba/SP), o excesso de chuvas na região Sul também tem impedido o pecuarista de fazer a reforma das pastagens, comum nesta época do ano. Com isso, o mercado de insumos para essas atividades nessas regiões está desaquecido, podendo haver consequências negativas futuras quanto ao fornecimento de pastagens de qualidade para alimentação dos animais.
O aumento da precipitação no Sul também divide a expectativa dos agentes consultados pelo Cepea quanto aos preços no próximo mês. Uma parte dos entrevistados (45,7%), que representa 51,6% do leite amostrado, acredita que o recuo deve se manter em dezembro. Por outro lado, 42,9% dos entrevistados, que representam 47,7% do volume amostrado, indicam estabilidade. Apenas 11,4% acreditam em alta.
No balanço, o preço recebido pelo produtor (sem frete e impostos) recuou 0,57% de outubro para novembro deste ano, com a média a R$ 0,9675/litro. Na comparação com novembro de 2014, o preço está 5,9% menor em termos reais. O valor bruto (inclui frete e impostos) pago pelos laticínios/cooperativas foi de R$ 1,0541/litro, redução de 0,46% em relação ao mês anterior.
Reajuste também é agravante. Outro fator que impactou diretamente nos preços pagos ao produtor foi o reajuste feito por um laticínio de grande porte na mesorregião sul/sudoeste de Minas Gerais, diante do aumento da concorrência por produtores nessas praças. Com isso, a média do Estado, que vinha em tendência de queda, reagiu e amenizou a baixa nacional. No mercado de derivados, após quatro meses de quedas para o leite UHT e de três meses para o queijo muçarela, ambos se valorizaram no fechamento parcial de novembro. Alguns colaboradores apontam leve melhora na demanda por esses derivados, fator que ajudou na recuperação dos preços. O leite UHT e o queijo muçarela, negociados no atacado do Estado de São Paulo, tiveram médias de R$ 2,2628/litro e de R$ 13,54/kg, respectivamente, em novembro, 3,39% e 1,17% superiores aos valores de outubro.
Veículo: Site Feed & Food