Arrozeiros traçam estratégia contra a crise

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Uma reunião realizada na tarde de ontem, na sede da Secretaria da Agricultura, Pecuária e Irrigação (Seapi), definiu a estratégia dos arrozeiros gaúchos para enfrentar a nova crise no setor. Até o momento, segundo dados do Irga, dos cerca de 1,069 mil hectares de área plantada no Estado, 143 mil hectares estão alagados em razão das chuvas. Deste universo, 35 mil hectares - quase 15% da produção - já são considerados como perdas efetivas da safra.

Com base no mesmo levantamento, na região da Campanha, que abrange municípios de tradição orizícola, como Rosário, Dom Pedrito, Bagé e São Gabriel, já existe 22% da área de plantio alagada. Isto equivale a 37 mil hectares. Já na Depressão Central, 52%, ou 74 mil hectares das terras destinadas ao plantio, exibem as mesmas condições.

"Precisamos de ações unificadas e posicionamentos conjuntos entre o poder público e entidades ligadas ao setor, para que possamos avançar em medidas para minimizar a situação. Vamos construir uma pauta e apresentá-la na abertura da colheita do arroz, no dia 19 de fevereiro", destacou o secretário Ernani Polo.

Por isso, conforme explica o diretor executivo da Federarroz, Anderson Ricardo Belloli, o objetivo do encontro foi atualizar o secretário estadual da Agricultura, Ernani Polo, sobre a atual condição das lavouras. Na presença de entidades como Fetag, Irga, Farsul, Federarroz, além da Câmara Setorial do Arroz, ficou definido uma nova rodada de negociações para 4 de fevereiro. Até lá, os dirigentes deverão atualizar os levantamentos econômicos sobre as perdas. Na mesma data, as instituições financeiras apresentarão o total de produtores segurados atingidos.

Belloli lembra que, além do problema das enchentes, os produtores já foram penalizados como uma elevação estimada entre 15% e 25% nos custos de produção. Insumos básicos, como os adubos, sofreram com o câmbio ao longo de 2015. Segundo o dirigente, a Federaroz já trabalha com a questão do pré-custeio e da definição sobre o preço pago ao produtor, o chamado FGPM. "É fundamental que isso ocorra e trabalhamos para descobrir a melhor solução para verificar um calendário para este tipo de custeios. Só assim, teremos condições de enfrentar esse momento", comenta.

O presidente da Fetag, Carlos Joel da Silva, afirma que já existe um aceno favorável do governo federal quanto aos recursos do pré-custeio. Por outro lado, ele destaca que os prejuízos não estão restritos às áreas alagadas. De acordo com o dirigente, historicamente, em propriedades que atrasam o plantio, as perdas de produtividade chegam a 20%. "Neste ano, quando se deveria encerrar o plantio no máximo até novembro, existem relatos de arrozeiros que terminaram em dezembro. Isso resultará em novas perdas", afirma.

 



Veículo: Jornal do Comércio - RS


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