Brasil ocupa 8º lugar no ranking de e-commerce

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                            Vendas pela internet chegaram a US$ 19,6 bilhões em 2015, 1,16% do total de negócios de outros mercados.

Medo de comprar pela internet, baixo índice de bancarização da população, conexão sofrível à rede e a crise econômica, que mexe com a confiança do consumidor, ainda são grandes obstáculos à expansão do e-commerce no Brasil. A constatação é da consultoria Euromonitor que, em estudo, revela que as vendas de produtos e serviços por meios digitais no mercado brasileiro movimentaram US$ 19,6 bilhões em 2015. O montante equivale a apenas 1,16% do total de negócios online movimentados em dez grandes mercados pesquisados. Apenas os EUA, por exemplo, respondem por 38,5% do total, com US$ 653 bilhões em vendas on-line no ano passado.

Nesse ranking, o Brasil fica na oitava colocação, à frente apenas dos Emirados Árabes Unidos e da África do Sul. Grandes economias emergentes, como Rússia e Índia, estão mais bem colocadas, na sexta e sétima posições, respectivamente.

Para 2020, a projeção da Euromonitor é que o e-commerce no Brasil movimente US$ 28 bilhões, volume insuficiente para tirar o país da oitava posição.

“Como a penetração de smartphones, acesso à internet e a disponibilidade de um computador são fenômenos mais recentes no Brasil do que nos Estados Unidos, é natural que o processo aqui esteja em um estágio diferente. A grande questão é que outros países emergentes, onde o processo digital iniciou-se de maneira análoga à do Brasil, já estão muito à frente em termos de vendas online, o que indica que o país poderia estar crescendo a taxas mais robustas”, diz Angélica Salado, analista da Euromonitor.

Apesar do crescente uso de smartphones e da banda larga no Brasil, diz ela, ainda existe uma grande parcela da população à margem do comércio digital. E mesmo os que têm acesso à rede, observa, ainda veem a internet como um canal apenas para pesquisar preços e buscar ofertas. Persiste, assim, o receio de concluir compras de bens de maior valor (eletrodomésticos, móveis e eletrônicos) via web. Temor que é reforçado pela crise econômica.

“Nas compras de maior valor, onde o que chamamos de custo de uma escolha errada é maior, nota-se esse receio. O brasileiro prefere comprar pessoalmente, pechinchando preços e negociando condições de pagamento, algo que o ambiente online não oferece. A necessidade de ver o produto, testar, analisar, contribui para que a venda física mantenha sua representatividade no varejo brasileiro”, explica Angélica.

Meios de pagamento - Outra barreira importante identificada pela Euromonitor é a questão dos meios de pagamento. A taxa de bancarização nacional, ou o percentual de pessoas com contas bancárias em relação ao total da população, ainda é relativamente pequena, abaixo de 60%. Além disso, a consultoria identificou que muitos dos consumidores que têm cartão de crédito veem o plástico como emergencial, para ser usado em compras grandes e com pagamento parcelado.

“Com o crescente nível de endividamento da população, o uso do cartão de crédito fica comprometido, restringindo o uso da principal moeda de pagamento das compras digitais”, detalhou a analista.

Problemas que países como a China parecem já ter superado: as vendas digitais no mercado chinês somaram a US$ 472,1 bilhões em 2015, mais que no Reino Unido (US$ 260,3 bilhões), no Japão (US$ 162,2 bilhões), e na Austrália (US$ 59,3 bilhões). Mercados que já veem a migração maciça dos consumidores para os smartphones, enquanto no Brasil o computador ainda é o principal meio de acesso às lojas.

 



Veículo: Jornal Diário do Comércio - MG


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