Com a crise econômica, as companhias estão direcionando as verbas para o esforço de venda.
Pensar e agir sobre o momento atual e traçar estratégias especialmente para os próximos anos era a missão do encontro promovido pela Federação Nacional das Agências de Propaganda (Fenapro) em parceria com o Sindicato das Agências de Propaganda de Minas Gerais (Sinapro-MG), na sexta-feira, dia 15, na Universidade Fumec, região Centro-Sul. O evento para convidados apresentou o road show “A propaganda em análise”.
O superintendente da Fenapro, Alexis Pagliarini, comandou a apresentação dos resultados da “Pesquisa Nacional de Perfil das Agências de Propaganda” e do “Design Thinking Propaganda”, que traçaram um panorama atual das agências no País e tendências sobre o futuro do negócio.
A pesquisa, realizada pela Toledo & Associados, abrangeu 747 agências, das quais 63% na região Sudeste, 15% na região Sul; 9% no Centro-Oeste, 11% no Nordeste e 2% na região Norte. São agências de diferentes portes e estrutura, que contam com 16 anos em média de atividades; 90% não integram qualquer grupo empresarial; 86% não possuem filiais em outros estados; seu portfólio inclui 15 clientes e 16 contas em média, com uma estrutura média de 20 pessoas por agência.
Segundo a pesquisa, são apontados como setores que mais anunciaram em 2014/2015 o varejo, com 66%; e governo e empresas públicas, com 30%. Entre os responsáveis pelo crescimento da receita até o final de 2015, o governo com 21% e o varejo, com 49%. Para 70% das agências os serviços web estão aumentando a participação na receita.
“Isso demonstra a força do varejo. Com a crise, as companhias estão direcionando as verbas para o esforço de venda. Precisamos estar atentos a isso. De outro lado, os serviços web estão deixando de ser uma ameaça para serem incorporados pelas agências”, destaca Pagliarini.
Para o presidente do Sinapro-MG, André Lacerda, as dificuldades econômicas enfrentadas pelo Brasil podem ser transformadas em oportunidades. “Esse é um momento muito interessante, com muita oportunidade, em que pese a crise econômica. É hora de fazermos diferente, gerarmos inovação. Mostramos aqui as janelas de oportunidade para o setor. São os detalhes que vão fazer a diferença. Estão surgindo novas ferramentas, customizadas, e isso vai ser muito interessante”, avalia Lacerda.
Futuro - O Design Thinking de Propaganda, realizado em cinco regiões do País, contou com a participação de mais de 100 dirigentes de agências de propaganda. Conduzido pela consultoria Empodere-se, o objetivo do projeto foi o de estimular as agências a repensarem seu modelo de atuação, utilizando a dinâmica e os princípios do Design Thinking, um modelo mental que acelera a inovação e soluciona problemas através de um olhar humano.
A pergunta feita ao grupo de trabalho foi “Como garantir a sustentabilidade das agências hoje e nos próximos anos”? Para respondê-la foi traçado um painel da situação atual, com destaque para a pressão por novos modelos de negócios; baixa qualificação dos profissionais; queda na atratividade de estudantes e modelo de atuação desgastado, entre outros.
“Precisamos buscar mais aproximação com os clientes e com a academia. Criar uma visão holística, que contemple o envolvimento, a entrega e a remuneração dos serviços. Somos o negócio das ideias e devemos nos posicionar não apenas como ferramenta, mas como estratégicos, sincronizando o nosso negócio ao do cliente”, completa o superintendente da Fenapro.
Veículo: Jornal Diário do Comércio - MG