Vendas de roupas e aquecedores fizeram setor ter desempenho acima da média nacional do mês
No comércio gaúcho, o frio foi o melhor vendedor no mês de maio e ajudou a impulsionar as vendas em todo o Estado. Enquanto o varejo recuou 1% no país, puxado pelo desempenho negativo de 23 unidades da federação, no Rio Grande do Sul avançou 0,8% em comparação com abril. Os dados foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta terça-feira.
Só Santa Catarina, com alta de 2,5%, teve desempenho melhor do que o varejo gaúcho. O resultado confirma a expectativa dos comerciantes situados na região sul do país, que já haviam sentindo impacto positivo nas vendas com a queda brusca das temperaturas a partir da segunda quinzena de maio.
— A procura por agasalhos e aquecedores cresceu bastante. Quem precisava e podia antecipou as compras —afirma Vilson Noer, presidente da Associação Gaúcha para o desenvolvimento do Varejo, alertando para uma possível "ressaca nas vendas" em junho.
Apesar do bom desempenho do mês, ainda é cedo para afirmar que os comércios gaúcho e catarinense vivam uma recuperação mais consistente do que o restante do país. Na comparação com o mesmo período do ano anterior, a queda no varejo do Rio Grande do Sul, por exemplo, foi de 9,4% — maior que a média brasileira, que recuou 9%.
— Não dá para dizer que é uma tendência. Por enquanto, é um soluço causado, possivelmente, pelo frio. Quando avaliamos a série histórica das vendas, percebemos que a situação gaúcha é muito similar à brasileira. Esse descolamento é pontual — afirma Lucas Schifino, economista da Fecomércio.
O analista compara o consumo de eletrodomésticos (que engloba a venda de aquecedores) e de vestuários e calçados (que incluiu roupas de inverno) com o mesmo mês do ano anterior para justificar o diagnóstico cético:
— Quando levamos em conta o mesmo período de avaliação, percebemos que a venda de eletrodomésticos caiu 20% e de roupas e acessórios 18% no RS. Precisamos esperar mais alguns meses
Veículo: Zero Hora