A safra de soja 2018/2019 deve ser superior a 120 milhões de toneladas, estima a Associação Brasileira Indústrias Óleos Vegetais (Abiove). Segundo a entidade, as exportações da oleaginosa podem ser recorde, de até 79 milhões de toneladas em 2018.
A projeção de embarques está em linha com a estimativa relatada pela Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec) ao DCI nesta segunda-feira (06). No início de outubro, a associação havia estimado a produção brasileira em 119,5 milhões de toneladas e 77 milhões de toneladas de exportações.
Os embarques de soja do Brasil, maior exportador global, seguem relativamente elevadas na entressafra com a forte demanda da China, que está em disputa comercial com os Estados Unidos e taxa a oleaginosa norte-americana em 25% desde meados do ano. Com isso, cerca de 80% das exportações do grão brasileiro estão indo para o país asiático em 2018.
“Este ano foi desafiador, mas já a partir de janeiro vai ter soja [da safra nova] do Brasil, Paraguai, Uruguai, e a gente volta a ter uma recomposição normal da oferta, e caso esta guerra comercial se resolva, os Estados Unidos voltam a participar, e os preços internacionais voltam a uma normalidade”, declarou o gerente de economia da Abiove, Daniel Amaral, à agência Reuters.
Compradores de soja têm se queixado da forte alta dos preços do produto, que estão afetando as operações de processadores e produtores de biodiesel. No acumulado do ano até outubro, as exportações brasileiras somam cerca de 75 milhões de toneladas.
Assim, é provável que os volumes para novembro e dezembro sejam relativamente altos para os meses, quando os embarques do Brasil historicamente caem consideravelmente, por ser um período em que os EUA exportam a nova safra.
Diante deste cenário, a Abiove revisou a receita com as exportações de soja neste ano para US$ 31,6 bilhões, ante US$ 30,8 bilhões projetados em outubro. Incluindo farelo e óleo de soja, o faturamento do complexo da oleaginosa neste ano foi visto em US$ 39,15 bilhões, ante US$ 38,3 bilhões na previsão de outubro. Integrantes do mercado chegaram a especular sobre importações de soja dos EUA pelo Brasil, o que aliviaria a escassez do produto no País, mas Amaral praticamente descarta a medida.
Fonte: DCI