Propaganda: Ações de diversidade enfrentam desconfiança

Leia em 2min 20s

Cerca de 70% dos consumidores ainda não acreditam nas propagandas sobre diversidade, apesar das campanhas publicitárias frisarem que os produtos foram pensados para isso. A conclusão é de uma pesquisa feita pela consultoria Croma, que mostra até os efeitos positivos de imagem, mas não garante legitimidade das empresas no assunto.

 

A descrença dos brasileiros nas instituições é um dos diagnósticos para a perda de credibilidade das marcas. Segundo o CEO da Croma, Edmar Bulla, nem a iniciativa privada conseguiu fugir da desconfiança da população. “As pessoas não confiam no que as marcas dizem, elas não acham que as propagandas refletem o que a empresas pensam mesmo”, enfoca.

 

Desta forma, o executivo analisa que a solução seria fazer com que os valores vendidos passassem a serem parte da realidade interna das companhias. “Isso não é uma questão de capital, é uma questão de modelo mental; das empresas serem autênticas aos princípios passados na propaganda. Inclusão de diversidade sem inclusão econômica e trabalhista é uma mentira”, diz.

 

Na visão da líder do Comitê de Inclusão e Diversidade da KPMG, Patrícia Molino, a educação à diversidade é institucional e trafega em todos os patamares das instituições privadas. “O que temos assistido é que as pessoas que estão hoje na liderança de boa parte do mercado são pessoas de uma geração que não tiveram essa convivência e educação atual”, explica a especialista ao DCI.

 

A solução seria a reeducação dos colaboradores e inclusão de minorias na equipe, além da contratação preferencial de pessoas com posicionamento alinhado ao da empresa. “As campanhas, produtos e as próprias empresas devem ser representativas, desde a equipe até as propagandas. A mobilização social é um caminho sem volta”, diz Patrícia.

 

Minorias?

 

Bulla lembra que, embora chamados de minoria, negros, mestiços, LGBTs, pessoas com deficiência, mulheres e tantos outros grupos não estão em menor número no Brasil. Por isso, segundo o executivo, ignorar o tema é autodestrutivo para as companhias. “Quem eu perco? Quem é a minoria? Essa visão míope faz as marcas perderem negócios. Qual a dificuldade dos gestores em entender que o Brasil vive inserido na diversidade. É como negar a existência dessas pessoas”, analisa o especialista.

 

Além disso, o engajamento desses grupos com as marcas tem se mostrado significativo.

 

De todos os públicos, os LGBTs se mostram os mais fortes formadores de opinião, segundo o estudo. Entretanto, 53% acreditam que há preconceito em contratar LGBTs para suas equipes. “A liderança tem que saber se posicionar. Se isso for feito, as marcas atrairão funcionários alinhados à ideologia institucional”, conclui Patrícia.

 

Fonte: DCI


Veja também

Ovos: crescimento das ofertas derrubam as cotações

Ontem, quarta, terceiro dia útil da semana que antecede as festas natalinas, o crescimento das ofertas oferecidas...

Veja mais
Varejistas encerram o ano positivo, mas precisaram revisar o seu plano de vendas

A pesquisa inédita “Varejo em Transformação”, realizada pela Deloitte, de 6 a 21 de nov...

Veja mais
Agricultura aprova incentivo ao cultivo combinado de peixes e plantas

A Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural aprovou o Projeto de Lei 10456/...

Veja mais
Ovos: mercado segue sem reação

Ontem, segundo dia útil da semana que antecede o Natal, o mercado esteve calmo e os preços dos ovos contin...

Veja mais
Valor da produção agrícola do Brasil deve subir quase 2% em 2019, diz ministério

O valor bruto da produção agropecuária do Brasil (VBP) em 2019, com base em dados preliminares, pod...

Veja mais
Safra de café do Brasil cresce 37% em 2018 e soma recorde superior a 61 mi sacas

O volume representa aumento de 37,1 por cento na comparação com 2017 e, de acordo com a instituiç&a...

Veja mais
Setor atacadista espera chegar a mil empresas em 2019, afirma sindicato

Uma pesquisa encomendada pelo Sindicato do Comércio Atacadista e Distribuidores do Espírito Santo (Sincade...

Veja mais
Maçã: Preços sobem com menor oferta

Com oferta cada vez menor de maçãs e demanda aquecida, principalmente de graúdas, as cotaç&o...

Veja mais
Trigo: Preços da farinha e do farelo caminham em direções opostas

De acordo com pesquisas do Cepea, a demanda por farinha esteve um pouco maior, registrando, assim, ligeiro aumento nos p...

Veja mais