O faturamento do segmento atacadista e distribuidor encerrou o mês de novembro com crescimento acumulado no ano de 1,17%. Em um ano de desemprego ainda alto e economia em recuperação lenta, setor cresce próximo da estabilidade e espera avançar de forma mais vigorosa em 2020, acompanhando o aguardado aquecimento das atividades produtivas.
Em relação a outubro - mês que apresentou evolução expressiva frente a setembro (7,97%), o crescimento ficou na casa de 0,20%. Já na comparação com novembro de 2018, o aumento foi de 1,00%. Os números se referem a dados nominais. Em termos deflacionados, os resultados foram -0,31% em relação a outubro, -2,21% na comparação com novembro do ano passado e -2,40% no acumulado do ano até novembro.
Os resultados foram apontados pela pesquisa mensal da Associação Brasileira de Atacadistas e Distribuidores, apurada pela FIA (Fundação Instituto de Administração) com um grupo representativo de empresas. Os dados sinalizam um ano de economia em ritmo lento, apesar das diversas medidas implementadas pelo governo para gerar maior eficiência e desburocratizar a atividade produtiva.
"Os empresários do setor tinham a expectativa de encerrar o ano com um resultado um pouco mais robusto; mas a verdade é que, por mais que as medidas do governo sejam positivas e sinalizem um ambiente de negócios mais favorável ao empreendedor, o país passou por grandes dificuldades nos últimos anos, incluindo seguidas quedas no PIB, e o crescimento não se acelera da noite para o dia. É preciso que empresários e investidores se sintam confortáveis, que o mercado de trabalho se normalize e a produção e o consumo tenha tempo de voltar aos patamares pré-crise", pondera o presidente da ABAD, Emerson Destro.
Contudo, ele permanece otimista em relação ao ano que se inicia: "Temos certeza de que 2020 será sensivelmente melhor do que 2019, pois já tivemos uma melhora expressiva no faturamento no início do último trimestre do ano e contamos com novos marcos legais em diversas áreas, que inevitavelmente impulsionarão o crescimento no médio prazo, além de diversas medidas positivas já implementadas ou em vias de implementação. Dessa forma, temos a perspectiva de crescer este ano em alinhamento com o PIB", acrescenta.
Entre as medidas positivas por parte do governo mencionadas pelo presidente da ABAD, estão a nova Previdência, a lei da Liberdade EconÒmica, o Programa Verde Amarelo, que deve impulsionar a criação de novas vagas de emprego, e o projeto de emenda constitucional (PEC) da reforma administrativa, que deve ser enviado ao Congresso ainda no início deste ano. Existe também a expectativa da aprovação da reforma tributária no Congresso, com grande impacto potencial no PIB.
Produção industrial
A produção industrial brasileira caiu 1,2% em novembro de 2019, perante o mês anterior, na série com ajuste sazonal da Pesquisa Industrial Mensal (PIM), divulgada nesta quinta-feira (9) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado interrompe uma sequência de três meses de avanço na produção. O setor havia crescido em agosto de 2019 (1,2%, dado revisado de 1,3% divulgado anteriormente), setembro (0,2%, revisado de 0,3%) e outubro (0,8%, sem alteração). Em relação a novembro de 2018, a produção industrial registrou baixa de 1,7%. Dessa forma, faltando apenas a leitura de dezembro para concluir os dados do ano, a produção industrial acumula queda de 1,1% em 2019. Em 12 meses, a baixa ficou em 1,3%.
A produção de alimentos teve o maior impacto negativo entre as 26 atividades acompanhadas na pesquisa, que mostrou baixa de 3,3% na produção de alimentos entre outubro e novembro. Foi o maior impacto negativo entre as 26 atividades acompanhadas pelo organismo. A queda foi puxada pela produção de açúcar. Outro destaque negativo de novembro, a produção de veículos automotores, reboques e carrocerias registrou recuo de 4,4% frente a outubro.
Desemprego
O Índice de Medo do Desemprego caiu 2,1 pontos em dezembro de 2019 em relação a setembro e terminou o ano em 56,1 pontos, de acordo com pesquisa trimestral divulgada na quarta-feira (8) pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). Mesmo com a melhora, o indicador continua superior à média histórica, de 50,1 pontos, e 1,1 ponto acima do registrado em dezembro de 2018, quando, na avaliação da CNI, os brasileiros "estavam otimistas com o resultado das eleições presidenciais".
"Com a frustração das expectativas em relação ao desempenho da economia, o medo do desemprego aumentou 4,3 pontos no primeiro semestre de 2019. Mas com a melhora das perspectivas, o indicador se recuperou no segundo semestre", diz a entidade em nota. O medo do perder o emprego é maior entre as pessoas que têm menor renda: na faixa de renda familiar de até um salário mínimo, o indicador subiu 0,9 ponto em dezembro em relação a setembro e atingiu 69,7 pontos. Esse receio também é mais acentuado entre as mulheres. Na comparação trimestral, o medo do desemprego aumentou 0,6 ponto entre elas e chegou a 63,2 pontos. Entre os homens, o resultado caiu 5 pontos e ficou em 48,5 pontos. O índice também é maior entre os mais jovens e os que têm menor escolaridade. Na análise das regiões, o medo do desemprego é maior entre os moradores do Nordeste, onde atingiu 62,1 pontos. O indicador é menor no Sul, de 43,4 pontos.
Índice de preços ao produtor
O Índice de Preços ao Produtor (IPP), que inclui preços da indústria extrativa e de transformação, apontou alta de 0,91% em novembro de 2019, informou na quarta-feira (8) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O indicador mede a variação dos preços dos produtos na "porta das fábricas", sem impostos e frete, da indústria extrativa e de 23 setores da indústria de transformação. A taxa de outubro foi revisada de uma alta de 0,64% para avanço de 0,60%. Com o resultado, o IPP passou a acumular uma elevação de 4,55% no ano. Em 12 meses, a taxa acumulada é de 2,92%. Considerando apenas a indústria extrativa, houve alta de 4,86% em novembro, após queda de 4,76% em outubro. O IPP da indústria de transformação registrou avanço de 0,72% em novembro, desacelerando em relação à elevação de 0,87% em outubro.
Fonte: Newtrade