Presidente da Abras afirma que, apesar da desoneração de PIS/Cofins, frigoríficos não reduziram preço dos cortes bovinos.
De acordo com Sussumu Honda, presidente da Abras, Associação Brasileira de Supermercados, desde que a Lei 12.058/09 - que desonera os frigoríficos brasileiros do pagamento do PIS/Pasep e da Cofins -, o varejo vem arcando sozinho com um aumento no custo tributário de 6,12% sobre a comercialização da carne bovina. Antes, os supermercados tinham direito a um crédito de 9,25%. Depois da lei, passaram a contar apenas com um crédito presumido de 3,7% para abater do valor de compra.
O presidente da Abras salienta que, diferente do que pretendia o governo, não se verificou a redução nos preços praticados pelos frigoríficos em função da suspensão das contribuições. Ao contrário, alegando a redução da área de pasto e do rebanho com o abate de matrizes provocado pela crise, e o aumento do custo de produção do gado de corte pela elevação do preço de fertilizantes, rações e suplementos, o setor produtivo vem praticando preços cada vez mais altos. Ainda assim, de acordo com Honda, os supermercados não repassaram os aumentos praticados pelo setor produtivo, que chegou a 48%. O Índice Nacional de Vendas apresentado no dia 31 de janeiro apurou que o preço da carne oferecido ao consumidor no varejo teve alta acumulada de 34,9% em 2010.
A Abras defende a desoneração de toda a cadeia de abastecimento da carne. "Acreditamos que somente uma medida como essa faça retornar o equilíbrio em toda a cadeia, diminuindo o impacto dos aumentos de preços no bolso do consumidor", afirma o presidente da Abras.
Veículo: Site Portal DBO