Nem o agravamento da crise externa e a alta do dólar diminuíram otimismo no setor.
A ameaça da crise externa atingir mais fortemente o país e a alta do dólar não devem afetar o volume das vendas nos supermercados mineiros neste Natal. De acordo com o superintendente da Associação Mineira de Supermercados (Amis), Adilson Rodrigues, a perspectiva é de crescimento do faturamento de cerca de 5% das vendas no período em comparação com o ano passado.
Segundo ele, mesmo com a moeda norte-americana mais valorizada, a saída dos produtos importados não deve diminuir, ficando semelhante ao ano passado. "O que vai favorecer as vendas é o nível de emprego elevado. A empregabilidade plena leva as pessoas a consumirem mais", afirmou.
Rodrigues não acredita que a alta do dólar e a inflação irão refletir de maneira significativa no preço dos produtos e não causarão impactos sobre as vendas. "Neste ano, nenhum produto na área alimentícia subiu mais que a inflação", ressaltou.
Uma pesquisa da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), divulgada ontem, revelou que o setor supermercadista brasileiro espera um aumento, em faturamento, de 15,6% nas vendas durante o período de festas de final de ano, em relação ao mesmo período do ano passado.
De acordo com Rodrigues, o percentual nacional é maior do que o mineiro em função da diferença dos métodos comparativos utilizados. Ele explicou que a Abras analisa o setor de forma geral, levando em consideração o número de lojas. Já a Amis utiliza o método comparativo loja a loja, o que exclui novas unidades. "Nosso resultado equivale ao faturamento real", disse.
Crescimento - O superintendente da Amis lembrou que o final de ano é tradicionalmente o melhor período de vendas para o setor supermercadista. E o crescimento de 5% é bastante positivo para o segmento. Em 2011, a entidade espera crescer cerca de 4,5% em relação ao ano anterior.
Para 2012, Rodrigues acredita que a estabilidade econômica e as perspectivas de crescimento da renda do brasileiro serão favoráveis ao setor. "Os investimentos públicos previstos vão garantir emprego e renda, o que favorece o consumo, principalmente das classes C e D, que representam a maior parte do nosso público", afirmou.
Além disso, no ano que vem, estão estimados R$ 250 milhões em investimentos no setor supermercadista mineiro. Os aportes serão destinados à abertura e reforma de lojas. A expectativa é de que essas inversões gerem pelo menos 8 mil postos de trabalho no próximo ano, segundo a Amis.
Os cálculos da Amis são de que os supermercados fecharão este ano com investimentos de R$ 220 milhões na abertura e reforma de lojas. Pelo menos 42 unidades serão abertas no Estado, fazendo com que Minas Gerais encerre o ano com 6.792 supermercados. Além disso, 57 lojas passarão por reformas ou ampliação.
Já o número de postos de trabalho gerados pelo setor deve passar de 132 mil em 2010 para 140 mil empregos diretos, o que significa que somente neste ano serão gerados 8 mil postos. Os supermercados devem fechar 2011 com faturamento da ordem de R$ 14 bilhões.
Volume negociado sobe 3,7%
São Paulo - As vendas reais nos supermercados cresceram 3,7% em setembro na comparação com o mesmo mês do ano passado, segundo divulgou ontem a Associação Brasileira de Supermercados (Abras). Em relação a agosto deste ano, o faturamento dos supermercados caiu 0,75%. Nos primeiros nove meses do ano, as vendas subiram 4,21% em relação ao mesmo período de 2010. Os números estão deflacionados pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).
Segundo a Abras, as vendas em setembro mantêm trajetória de crescimento como reflexo da estabilidade econômica, do baixo desemprego e de melhores níveis salariais. "Nossa expectativa é de que essa tendência se estenda até o final do ano", afirmou a Abras por meio de nota divulgada à imprensa.
O valor da cesta AbrasMercado, formada por 35 produtos considerados de largo consumo, como alimentos, limpeza e beleza, medido pela GfK, apresentou alta de 1,36% no preço em setembro ante agosto, para R$ 306,42. Já na comparação com setembro de 2010, o valor subiu 10,71%.
Os produtos com maiores altas em setembro frente a agosto foram leite longa vida (+4,9%), queijo prato (+3,13%) e café torrado e moído (+3,11%). Já as maiores quedas no período ficaram com tomate (-7,47%), cebola (-6,13%) e batata (-2,50%). No acumulado do ano, a cesta AbrasMercado registra queda de 0,21%.
No período do Natal, as vendas devem crescer 15,6%, na comparação com o mesmo período de 2010, segundo pesquisa da Abras feita com seus associados. Esse resultado, diz a Associação, está acima das expectativas do setor feitas no ano passado, de 12,5%.
Segundo o levantamento, os empresários do setor aumentaram as compras de todos os produtos típicos de Natal em relação a 2010. As encomendas de cerveja cresceram 16,8%, de frutas nacionais da época, 16,3% e de refrigerantes, 16,1%. Já as encomendas de peixes congelados avançaram 15,3% e de peixes frescos, 14,2%. Os produtos com menor crescimento das encomendas foram peru, com alta de 4,5%, e de tender, com alta de 3,9%.
Entre as encomendas de produtos importados, os destaques foram os azeites, as azeitonas, os queijos e embutidos, com alta de 14%, seguido por frutas especiais importadas (+12,9%) e vinhos importados (+12,2%). (AE)
Veículo: Diário do Comércio - MG