A cesta da Abras teve a terceira deflação seguida. Os itens de maior queda foram cebola e batata. As maiores altas ficaram com cerveja e leite longa vida
Supermercados confirmam queda da inflação e crescimento das vendas. Pesquisa divulgada ontem pela Associação Brasileira de Supermercados (Abras) mostra que as vendas reais do setor supermercadista acumulam alta de 4,95%, de janeiro a agosto, de acordo com o Índice Nacional de Vendas. Já o Abrasmercado - cesta de 35 produtos de largo consumo – tiveram deflação de 0,16% em agosto. Em Fortaleza, a queda nos preços, que se repete há três meses, foi ainda maior, de 1,42%. A cesta - que inclui alimentos, bebidas, itens de limpeza e higiene pessoal – saiu de R$ 291,42 para R$ 287,27 na capital cearense no mês passado.
Em Fortaleza, o Abrasmercado acumula alta de 1,06% no ano e 8,41% nos últimos 12 meses. Os produtos com maiores altas em agosto, na comparação com julho, foram: leite longa vida, frango congelado, queijo mussarela, papel higiênico e cerveja. As maiores quedas foram impulsionadas pela cebola, batata, tomate, óleo de soja e margarina cremosa.
Segundo a Abras, na comparação com o mês anterior, a cesta da Região Sul foi a única a apresentar alta, registrando 1,84% com valor de R$ 388,94. Entre as regiões, a maior queda foi registrada no Nordeste com -1,18%, atingindo o valor de R$ 303,35.
O gerente do Departamento de Economia e Pesquisa da Abras e coordenador da pesquisa, economista Flávio Tayra, avalia que a queda seguida nos últimos três meses é boa para o setor porque aumenta as vendas. “A redução do ritmo da inflação de alimentos (Abrasmercado mostra deflação há três meses), também contribui para o resultado de 4,95% no acumulado do ano”, diz que o resultado ainda é alto nos últimos 12 meses porque os preços subiram muito no final do ano passado e início deste ano.
CRESCIMENTO MAIOR
O presidente da Associação Cearense de Supermercados (Acesu), Severino Ramalho, considera que o crescimento das vendas no Ceará, nos últimos anos, tem ficado acima da média brasileira e ele espera que continue assim este ano. “Isso tem proporcionado o investimento do setor não só na expansão, com novas lojas e reformas, mas também em qualificação”, diz, ressaltando que a grande variação de preços é ruim para os supermercados.
Avalia que quando a cesta fica mais barata as pessoas acabam consumindo mais e as empresas tendo um aumento real de vendas. “Quanto mais estável melhor, porque com a inflação alta todos perdem”, conclui. O bom resultado até agosto, leva a Abras a alterar sua estimativa de crescimento. A expectativa do setor supermercadista nacional é crescer 4% neste ano segundo a Abras. A projeção inicial era de 3,5%.
Veículo: Portal O POvo Online