Com resultados positivos nas vendas acumuladas de janeiro a agosto, que registraram alta de 4,95%, o setor supermercadista acaba de rever para cima suas expectativas de crescimento. Inicialmente, a Abras (Associação Brasileira de Supermercados) previu para 2013 crescimento real para o setor de 3,5%. Mas, o tilintar das registradoras fez a previsão subir para 4%.
“As notícias são boas e o setor está otimista. Vários fatores positivos contribuíram para esse crescimento de vendas em agosto, como a manutenção do nível de emprego e a geração de postos de trabalho. Além disso, o cenário econômico é bom, com a inflação sob controle”, afirma o vice-presidente da Abras, João Sanzovo.
Em agosto, as vendas do setor apresentaram alta de 0,90% na comparação com o mês anterior e crescimento de 10,70% em relação ao mesmo mês do ano de 2012. Esses índices já foram deflacionados pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Ampliado) do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
REGIÃO - De acordo com pesquisa socioeconômica realizada pelo Inpes (Instituto de Pesquisas) da USCS (Universidade Municipal de São Caetano), as famílias do Grande ABC gastam 25,3% da sua renda em alimentos, higiene pessoal e limpeza. “Não temos os dados do quanto deste montante é efetivamente gasto nos supermercados, mas o que nossas observações indicam é que cada vez mais as famílias vêm concentrando seus gastos nos supermercados”, diz o coordenador do Inpes, Leandro Prearo. “Hoje, as grandes redes oferecem nas suas lojas padaria, açougue, peixaria, feira, farmácia – todos itens que antes eram comercializados por estabelecimentos especializados – e ainda oferecem cartões de crédito próprios, que facilitam o financiamento. Tudo isso atrai mais gente para os supermercados”, analisa.
NOVOS HÁBITOS - O coordenador lembra que o próprio processo inflacionário faz com que o consumidor busque sempre os melhores preços na tentativa de fazer o seu dinheiro render mais. “Nesse aspecto, os supermercados levam dupla vantagem: eles podem oferecer mais promoções porque compram grandes quantidades e conseguem preços melhores junto aos seus fornecedores, e também porque investem mais em publicidade, o que leva para as suas lojas gente interessada nos preços que viu nos anúncios”, analisa.
Para Prearo, portanto, o aumento das vendas nos supermercados não necessariamente significa que seja reflexo exato de aumento de renda da população.
Veículo: Diário do Grande ABC