Entre janeiro e outubro, o setor acumula alta de 5,23%
As vendas reais do setor supermercadista do país registraram alta de 7,93% em outubro em relação a outubro de 2012, de acordo com o Índice Nacional de Vendas divulgado ontem pela Associação Brasileira de Supermercados (Abras). Na comparação com setembro deste ano, o indicador mostra elevação de 5,24%.
Entre janeiro e outubro, o setor acumula alta de 5,23% em relação a igual período do ano passado. Esses índices já foram deflacionados pelo IPCA, medido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em valores nominais, o índice de vendas da Abras apresentou crescimento de 5,84% em relação a setembro e de 14,22% sobre outubro do ano passado. No acumulado de 2013, as vendas subiram 11,88%.
A AbrasMercado, cesta de 35 produtos de maior consumo, analisada pela GfK a pedido da Associação Brasileira de Supermercados, encareceu 1,71% em outubro em relação a setembro de 2013, passando de R$ 352,57 para R$ 358,60. Na comparação com outubro de 2012 houve alta de 7,16%.
Os produtos com as maiores altas em outubro na comparação com setembro foram o tomate (24,29%), a batata (8,48) e a carne dianteiro (4,55). Já entre as maiores quedas estão a cebola (-12,76), o biscoito tio maisena (-6,46) e o ovo (-2,57).
Estimativa - A Abras elevou sua previsão de crescimento das vendas em 2013 de 4,5% para 5%, depois da expansão acumulada no ano até outubro de 5,23%. De acordo com o vice-presidente da entidade, Marcio Milan, as projeções indicam que as vendas poderiam crescer até 5,2% no ano, mas que a entidade mantém a meta em 5%. Essa é a segunda vez que a entidade revisa para cima as estimativas para o setor. A projeção no início do ano era de crescimento de 3,5%, que foi elevada para uma faixa de 4% a 4,5% em agosto.
Entre os fatores que Milan destaca como positivos está a queda da taxa de desemprego medida pelo IBGE, que ficou em 5,2%, a mais baixa para o mês desde o início da série histórica da Pesquisa Mensal de Emprego, em 2002, e a mais baixa do ano.
"Diminuiu o desemprego e aumentou a massa salarial disponível, duas coisas muito relevantes para o setor", destacou. Ele lembrou que a inflação de alimentos veio desacelerando desde a alta do primeiro semestre, o que permitiu a melhoria na renda disponível.
Apesar do otimismo do setor quanto à renda disponível, outubro foi um mês de alta nos preços da cesta básica da Abrasmercado, que inclui 35 produtos de largo consumo e é analisada pela GfK. A cesta registrou alta de 1,71% ante setembro, quebrando uma seqüência de quatro meses de redução nos preços. Na comparação com outubro de 2012, houve alta de 7,16%.
Segundo o diretor de relacionamento da GfK, Marco Aurélio, a cesta sentiu o impacto do aumento dos preços da carne. "Houve um reflexo do fato de que alguns países reabriram o mercado para a carne brasileira e isso faz com que a oferta para consumo interno diminua", disse.
A GfK espera continuidade do aumento de preços da cesta básica em novembro e dezembro. Marco Aurélio destaca que o aquecimento das vendas no final de ano tende a gerar altas, mas espera redução a partir de janeiro de 2014.
Veículo: Diário do Comércio - MG