O setor de supermercados teve desempenho positivo em 2013, com crescimento de 5,36% nas vendas ante o ano anterior. O resultado ficou bem acima das previsões da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), que esperava elevação de 3,5% no início do ano passado e a revisou para alta de 4,5% em agosto.
A variação foi bem maior que a previsão de crescimento de 2% do Produto Interno Bruto (PIB) e é consequência da manutenção da política de criação de postos de trabalho e por medidas como a desoneração fiscal da cesta básica e carnes adotada pelo governo federal em março e cujos efeitos foram sentidos a partir de junho. Na avaliação de Sussumu Honda, presidente do Conselho Consultivo da Abras, "é um resultado para se comemorar, pois é, sem dúvida, um dos melhores desempenhos entre os diversos setores da economia brasileira em 2013.
Apesar do bom resultado, a entidade prevê crescimento de 3% para este ano. Honda ressaltou que os efeitos destas medidas de desoneração já foram absorvidos pelo segmento e que ele poderá ser beneficiado pela Copa do Mundo, que será realizada em junho. "Em 2014, esperamos um ano muito parecido com o de 2013, com o PIB crescendo pouco, mas com a manutenção dos baixos níveis de desemprego".
Segundo o economista da Abras, Flavio Tayras, as previsões da entidade levam em conta indicadores como o PIB, desemprego, produção industrial, serviços e balança comercial, entre outros. Para ele, as variáveis macroeconômicas ainda são incertas, mas deve-se ressaltar que o desemprego continuará em níveis baixos, o que contribuirá para bons resultados no segmento. A Abras não espera queda da inflação neste ano, em razão dos preços dos serviços que têm resistido em níveis mais altos e dos preços administrados, como os de energia elétrica e transportes públicos.
Volume e porte – Durante a entrevista coletiva, a entidade também divulgou o Índice Nacional de Volume, que teve elevação de 0,8% nas vendas em comparação com 2012. Ao avaliar as cestas de produtos, o gerente de atendimento da Nielsen, Fábio Gomes da Silva, ressaltou que não considera fraco o resultado. "O setor vem apresentando crescimento contínuo. A economia como um todo se desacelerou em 2013 e este desempenho é melhor que o da economia em geral", disse.
O estudo também avaliou o crescimento do volume comercializado de outras categorias de produtos em 2013 considerando o nível de contribuição para as vendas gerais dos supermercados. Os maiores destaques foram os sucos prontos para consumo (12,9%) pela praticidade que oferece aos consumidores, leite fermentado (12%) estimulado pelo lançamento de produtos considerados saudáveis e óleo e azeite (8,3%) que registraram queda em seus preços. Entre as quedas de volumes observadas no período, as mais expressivas foram as das bebidas à base de soja (20,5%) que sofrem a concorrência dos sucos, álcool (15,2%), açúcar (9,1%), que não passou por inovação recente e farinha de trigo (7,1%). Este último tem sido pouco procurado porque a população passou a procurar produtos semiprontos mais práticos.
Quanto ao porte dos empreendimentos, o comportamento dos supermercados de pequeno porte foi o destaque com um a quatro caixas registrando crescimento de 3,1% em 2013 ante o ano anterior.
Copa do Mundo – A competição de futebol que acontece em junho no Brasil também poderá propiciar mais movimento para o setor de supermercados. A expectativa é de crescimento nas vendas de bebidas como cervejas e refrigerantes e alimentos como snacks e salgadinhos em geral. No caso das bebidas, Honda ressaltou que a Abras está negociando com a indústria para oferecê-las com mais destaque e vantagens para os consumidores. Ele lembrou que, em razão da Lei Seca, o setor espera aumento nas vendas para consumo nas residências.
Veículo: Diário do Comércio - SP