A estiagem do início de ano, que afetou o preço dos alimentos, ainda não alcançou o setor super mercadista: no primeiro bimestre, os super mercados ampliar a mas vendas reais em3,67% ante igual período do ano passado. Só em fevereiro, a alta foi de 2,82%.
Os dados foram apresentados ontem pela Associação Brasileira de Supermercados (Abras), já deflacionados pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
“Apesar de sinalizações mais pessimistas quanto ao desempenho da economia este ano, o varejo mantém altas consistentes”, disse o presidente do conselho consultivo da Abras, Sussumu Honda. Expansão do emprego e da massa salarial foram os itens apontados por Honda para que o setor mantenha a expansão. Além disso, ele lembra que foi a partir do segundo semestre do ano passado que as vendas passaram a crescer mais fortemente.
“A base de comparação mais fraca no primeiro semestre de 2013, vai propiciar a expansão mais forte nos primeiros seis meses deste ano.Mas nossa expectativa é que a partir do segundo semestre as vendas se a como em próximo da estabilidade”, afirmou.
A seca fora de época ainda não teve reflexo nos preços.
Enquanto a inflação de alimentos medida pelo IPCA variou 0,56% em fevereiro,a cesta Abras mercado caiu 0,93%, para R$394,86 após quatro altas seguidas.
Segundo Marco Aurélio Lima, diretor de relacionamento da GfK, que mede a variação de preço dos produtos da cesta, a queda não foi maior porque o Sul teve ligeira elevação de 0,60% no período. Todas as demais regiões apresentaram deflação.
“A alta no preço das carnes impactou fortemente na cesta do Sul. Lá, por conta da estiagem, as áreas de pasto diminuíram e os produtores tiveram que alimentar o gado com ração, o que elevou o preço final”, disse Lima, lembrando que a carne tem um peso muito grande na cesta da região, já que o consumo per capita é elevado.
Honda complementa que o real mais competitivo favorece a exportação de carne, alguns produtores optam pelo mercado externo em detrimento do doméstico, colaborando para a alta. No índice geral, os maiores impactos positivos foram o tomate (8,22%), a cebola (3,42%) e o pernil (2,82%). Já as maiores quedas foram batata (-9,54%), feijão (-9,44%) e leite longa vida (-4,86%).
A Abras também divulgou a prévia do Ranking 2014, sem mudança nos primeiros colocados.
A Companhia Brasileira de Distribuição manteve a liderança com R$ 64,4 bi de faturamento e 12,5% de crescimento sobre 2012, seguida por Carrefour (R$ 34 bi); Walmart (R$ 28,5 bi); Cencosud (R$ 9,8 bi) e Zaffari (R$ 3,8 bi) - única com capital nacional no Top 5.
Veículo: Brasil Econômico