Sazonalidade derruba em 4,5% as vendas dos supermercados

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Flávia Milhassi

SÃO PAULO

As vendas reais do setor supermercadista caíram 4,45% em maio, na comparação com abril, e recuaram 0,05% sobre maio de 2013, segundo o Índice de Vendas Mensal medido pela Associação Brasileira de Supermercados (Abras). De acordo com a entidade, o efeito da sazonalidade, com a Páscoa em abril, foi o principal fator para o desempenho parecer fraco.

"O efeito da sazonalidade, que nos impacta bastante, fez com que houvesse essa queda. O mês de maio foi muito bom e se pegarmos os dados do começo do ano para cá, tivemos um crescimento de 1,62%", disse o presidente do conselho consultivo da entidade, Sussumu Honda. Em valores nominais, as vendas do setor em maio também apresentaram queda, de 4,01% na comparação com o mês anterior. Ante maio de 2013, no entanto, foi registrada alta de 6,33% e, no acumulado do ano, as vendas nominais subiram 7,74%, apurou a Abras.

Para Honda, os meses de junho e julho serão positivos devido a perspectiva de alta nas vendas com os jogos da Copa do Mundo. "Temos sentido uma boa movimentação nos supermercados em dias de jogo. Esse pico de vendas acontece antes e depois dos jogos", disse ele.

Entre as categorias que poderão ser responsáveis pelo aumento no índice de vendas nesses dois meses estão: carnes, bebidas e demais artigos relacionados a festa. Outro fato que pode ajudar o setor apresentar um índice de vendas melhor nesse mês de junho são as vendas de artigos de festa junina. "No Norte e Nordeste, além da Copa, temos as vendas de artigos de festa junina que ajudam a alavancar as vendas", explicou ele.

Mesmo com a perspectiva de dois meses mais robustos, a Abras afirmou ser cedo demais para uma revisão do crescimento do setor supermercadista neste ano. "Desde o começo do ano tivemos uma posição cautelosa e acreditamos que vamos crescer 3% esse ano. Mesmo com o bom desempenho que teremos nos próximos meses ainda é muito cedo para fazer uma nova estimativa. Continuamos com a postura de cautela", disse Honda.

A inflação parece não ser mais um problema ao setor. "O índice que mede a inflação nos supermercados está em 4,23%, abaixo do centro da meta que é 4,5%. Acredito que o próximo semestre será melhor, assim como aconteceu no ano passado, quando crescemos bem."



Veículo: DCI


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