Por Gustavo Brigatto | Valor
SÃO PAULO - A inflação nos supermercados teve um recuo de 1,54% em julho, na comparação com junho, segundo a associação brasileira do setor (Abras). O desempenho se seguiu a dois meses seguidos de estabilidade nos preços e de uma tendência de alta registrada no começo do ano, por conta da falta de chuvas.
No ano até julho, a inflação acumulada é de 4,26%, menos que o índice da economia geral, que está no teto da estimativa do governo, de 6,5%. Em julho, o desempenho foi puxado pelas quedas nos preços do tomate (recuo de 23,57%), da batata (-22,18%), feijão (-3,92%) e farinha de mandioca (-3,69%).
De acordo com Sussumu Honda, presidente do conselho da Abras, os supermercados tiveram uma queda mais rápida nos preços do que outros pontos de vendas por conta da competição acirrada no setor. Segundo o IPCA-alimentos, que leva em conta os preços em feiras e outros locais, o recuo em julho foi de 0,15%.
Para Marco Aurélio Lima, diretor de relacionamento da empresa de pesquisa GFK, a queda em julho começa a ajudar na melhora da confiança do consumidor, o que permite projetar estabilidade ou redução de preços. Lima destacou, no entanto, receio com relação ao preço da carne. De acordo com o especialista, o aumento nas exportações para a Rússia pode levar a uma alta nos preços.
Veículo: Site Valor Econômico - 27/08/2014