As vendas dos supermercados no Brasil tiveram forte desaceleração em fevereiro, refletindo pressões sobre a renda das famílias, incluindo inflação alta e menor atividade econômica, e maior medo de desemprego.
Segundo divulgou nesta terça-feira a entidade que representa o setor, Abras, as vendas do setor cresceram 0,35 por cento em fevereiro ante mesma etapa do ano passado, descontada a inflação.
Na comparação com janeiro, porém, as vendas tiveram queda real de 7,64 por cento. "A confiança do consumidor tem caído para níveis muito baixos", disse a jornalistas o presidente do Conselho Consultivo da Abras, Sussumu Honda.
Em janeiro, as vendas reais haviam crescido 3,42 por cento contra o primeiro mês do ano passado.
"Mesmo considerando o Carnaval e o mês mais curto, os números de fevereiro são uma fotografia mais próxima da nossa realidade", disse Honda.
No acumulado do bimestre, o aumento das vendas, descontada a inflação, foi de 1,93 por cento.
No começo do ano, a Abras tinha previsto para 2015 um crescimento real de 2,5 por cento das vendas. Honda disse que vai esperar os resultados de vendas da Páscoa para decidir se revê as projeções para o ano.
"Por enquanto, continuamos acreditando em crescimento", disse.
Segundo o executivo, além da economia fraca e da inflação alta, as vendas devem ser afetadas pelo câmbio mais alto, que deve pressionar sobretudo produtos de higiene e beleza, que têm maior participação de importados.
Veículo: Araraquara.com (31/03)