Começou nesta tarde a 31ª edição da APAS - Congresso e Feira de Negócios em Supermercados, no Expo Center Norte, em São Paulo. Durante a solenidade de abertura, que reuniu empresários e executivos do varejo de várias partes do país, o presidente da Associação Paulista de Supermercados (APAS), Pedro Celso Gonçalves, falou da importância do supermercadismo paulista e dos desafios atuais, como combater a corrupção e fortalecer a ética. "Não adiante votar certo e falar mal da corrupção, e depois usar o jeitinho quando esse convém, e furar a fila, por exemplo. Ética é um valor meu e da APAS, e que precisa ser fortalecido por meio da educação."
O governador do estado, Geraldo Alckmin, participou da cerimônia e manifestou alegria em voltar a abertura de uma das maiores feiras do setor no mundo. "O evento é campeão do ponto de vista social - grande gerador de empregos - e econômico, fiquei sabendo que a feira da APAS deve movimentar em quatro dias R$ 5 bilhões em negócios."
O presidente da ABRAS, Fernando Yamada, participou da solenidade e parabenizou a APAS pelo empenho na realização do evento, ele ainda destacou a força do setor supermercadista no País. "Nós trabalhamos para entregar mais valor e serviços aos consumidores, funcionários e à comunidade em que nossas lojas estão inseridas. E fazemos isso muito bem, como mostra a 38º edição da pesquisa Ranking ABRAS/SuperHiper, apresentada na semana passada em Brasília, o setor supermercadista brasileiro cresceu em 2014 pelo 11º ano seguido, registrando faturamento de R$ 294,9 bilhões, chegando a 1,8% de crescimento real. E o número mais importante é o de empregos: são mais de 1.765 milhões de funcionários diretos e, somado o número de empregos indiretos, chega a 6,8 milhões de trabalhadores que constroem suas vidas a partir dos valores gerados pelo nosso setor".
Yamada também destacou a importância de unir forças para buscar melhorias para o setor de comércio no Brasil, com a criação da União Nacional das entidades de Comércio e Serviços (UNECS), criada a partir de agosto de 2014, e também ressaltou a busca da ABRAS e UNECS para facilitar as demandas do setor como a simplificação da carga tributária e desburocratização, entre outras, com a criação da Frente Parlamentar Mista em Defesa do Comércio, Serviço e Empreendedorismo, lançada em na Câmara dos Deputados, no dia 9 de abril, em Brasília. (clique aqui e veja mais).
Durante a cerimônia, o governador de São Paulo, parabenizou Yamada e a ABRAS pelo engajamento politico. "Digo político e não partidário. Partidário como diz a palavra é de parte, e político é visando o bem de todos", disse Alckmin. Na oportunidade o presidente da APAS, Pedro Celso, também parabenizou a iniciativa da ABRAS, e afirmou que tentará fazer o mesmo movimento político em São Paulo (criação de uma Frente), para ativar as demandas do estado.
A APAS 2015 acontece até o dia 7 de maio, e traz o tema "Produtividade - a serviço do consumidor", destacando uma prática cada vez mais utilizada em diversos segmentos do varejo para gerar resultados, com foco no melhor atendimento aos consumidores. Este ano o evento conta com 35 mil metros quadrados de exposição e 685 expositores, trazendo os últimos lançamentos em produtos, serviços e tecnologia.
Paralelamente à Feira acontece o Congresso de Gestão em Supermercado, no qual o tema Produtividade estará presente em todo o ciclo de conferências, palestras e painéis.
Coletiva de imprensa
Na manhã de hoje a Associação Paulista de Supermercados (APAS) realizou coletiva de imprensa para apresentar um panorama do setor e pesquisa inédita sobre as tendências do consumidor brasileiro. O levantamento, realizado em parceria com a Nielsen e Kantar Worldpanel, foi divulgado em conjunto pelos presidentes da APAS, Pedro Celso Golçalves, da ABRAS, Fernando Yamada; do diretor de Economia e Pesquisa da APAS, Dinis Dias; o gerente de Economia e Pesquisa da APAS, Rodrigo Mariano, o diretor da Nielsen, Olegário Araújo, e a diretora Comercial da Kantar Worldpanel, Christine Pereira.
Dados do setor
Em nível nacional o setor de autosserviços faturou R$ 294,9 bilhões em 2014 em um universo de quase 84 mil lojas, o que representa um crescimento real de 1,8% em relação ao ano anterior e 5,3% do PIB brasileiro. O Estado de São Paulo teve um desempenho dentro da média nacional, o segmento faturou R$ 86,8 bilhões em 2014 com um crescimento nominal de 8,6%.
"Para 2015, esperamos um crescimento real de 2% já que a perspectiva para o segundo semestre será melhor", prevê o presidente da Abras, Fernando Yamada.
O levantamento também mostrou que a geração de empregos também teve uma leve retração. Em 2013, o setor tinha pouco mais de 518 mil empregos diretos e, em 2014, o número caiu para 215 mil. Para 2015, a perspectiva é que o desempenho se mantenha estável. É esperado um faturamento na ordem de R$ 321 bilhões e crescimento nominal de 9%, enquanto São Paulo deverá faturar R$ 94 bilhões com crescimento nominal de 8,5%.
"O setor supermercadista foi o único que demostrou um desempenho favorável não havendo desemprego mesmo em um cenário inflacionado", analisa o gerente de Economia e Pesquisa APAS, Rodrigo Mariano. O presidente da APAS, Pedro Celso acrescentou: "Somos a porta de entrada para o primeiro emprego".
Pesquisa Tendências do Consumidor
A pesquisa sobre tendências de consumo do brasileiro destacou que a inflação continua a pautar o comportamento do consumidor, enquanto que as altas no custo da energia, o clima de seca e o dólar impactaram diretamente no custo de alguns produtos. "Dentro dos últimos 12 meses, tivemos um aumento de 7% no Índice de Preços do Supermercado (IPS)", diz Rodrigo Mariano.
E para proteger seu poder de compra, o consumidor adota novos hábitos de consumo, tais como abrir mão de alguns gastos, como, por exemplo, comer fora de casa. Os números mostram que o custo de fazer uma refeição fora do lar subiu, neste sentido, pelo menos 13% dos consumidores afirmam diminuir gastos com isso. Mais de 1 milhão de lares deixaram de fazer refeições fora de casa. Outras atitudes também refletem o impacto da racionalização, uma vez que 64% dos brasileiros afirmam que diminuem o lazer fora de casa para economizar.
Segundo o diretor da Nielsen, Olegário Araújo, o desafio das famílias é preservar o bem-estar conquistado ao longo dos anos e, para evitar gastos, voltam a usar estratégias de períodos de preços altos, como compras do mês, quando levam mais itens, compatibilizando os gastos obrigatórios.
"As famílias estão diversificando os canais e comprando em mais locais, porém, tem diminuído suas ida ao ponto de venda (PDV). Aqueda da frequência foi de 9,5% e o reflexo direto disso é o aumento do ticket médio, que ficou 20,8% maior", diz Olegário.
Com a queda de 4,7%, os lares reduziram, em média, nove visitas ao PDV nos últimos 5 anos, contabilizando mais de 350 milhões de visitas a menos. O consumidor está buscando cada vez mais alternativas para um preço mais atraente, com destaque para o nível socioeconômico alto, ou seja, as classes A e B têm sentido mais essas mudanças.
Consumo mais consciente
Entre os anos 2009 e 2010, com o aumento da renda, ascensão das classes e acesso facilitado ao crédito, os lares tiveram forte crescimento no consumo. Todavia, esse fenômeno se estabilizou nos anos seguintes por conta da inflação e endividamento. Segundo a pesquisa, o bolso do brasileiro está apertado, 49% das famílias têm gasto acima da renda e, entre esses lares endividados, os básicos ganham maior proporção.
Mesmo com alguns preços mais altos, o carrinho do brasileiro não diminuiu. A prioridade, principalmente entre as classes médias e baixas, ainda é a mesa farta. O dado mais significativo disso é que 70% das ocasiões de compra são de abastecimento ou reposição.
"A prioridade do brasileiro, principalmente entre as classes médias e baixas, é ainda casa e comida. Para isso, há uma racionalização cada vez maior do consumo, abrindo mão de gastos com educação, animais cerimônias e festas, alimentação fora do lar e serviços pessoais", afirma Christine Pereira, diretora Comercial da Kantar Worldpanel.
Saudáveis cada vez mais chegam à mesa
Nesse contexto, alimentos saudáveis se destacam e crescem acima da média. De acordo com os dados, 32% dos brasileiros afirmam que saúde e qualidade de vida são as maiores preocupações, com destaque para mercearia salgada, que tem um crescimento de 13% em relação ao ano anterior.
Outra constatação que a Pesquisa observou foi que alimentos perecíveis e líquidos ganham importância na cesta do brasileiro frente a outros departamentos. A análise notou ainda um crescimento de 41% da importância de produtos de açougue e hortifrúti.
"Por outro lado, categorias como refrigerantes e açúcar vêm perdendo espaço para produtos mais saudáveis", conta a diretora da Kantar Worldpanel.
Interior puxa o crescimento
O crescimento do setor supermercadista é puxado pelo interior. De acordo com Olegário Araújo, o horizonte de bons negócios está fora das grandes capitais, pois o segmento cresce duas vezes mais no interior do que nas grandes cidades. Para se ter uma ideia, 70% da demanda é atendida por supermercados. "O interior cresce mais porque estamos vivendo uma desconcentração da economia".
Serviço
APAS 2015 - 31º Congresso e Feira de Negócios em Supermercados
Data: 4 a 7 de maio
Local: Expo Center Norte, localizado na Rua José Bernardo Pinto, 333 - Vila Guilherme, São Paulo - SP.
Fonte: Portal ABRAS/Assessoria de Comunicação da APAS