A cesta de produtos Abrasmercado, composta por 35 itens de largo consumo no supermercado, ficou 0,87% mais cara, passando de R$ 435,29 em novembro, para R$ 439,08 em dezembro. Com a nova alta no mês passado, o custo acumulado em 2015 subiu 15,21%, informou nesta quarta-feira a Abras, que representa o setor supermercadista.
A alta é superior à inflação medida pelo IPCA, que chegou a 10,67% no ano passado. No período, o grupo alimentação teve alta de 12,03%, segundo o IBGE (Instittuto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Segundo a Abras, entre os itens com maiores elevações de preços entre novembro e dezembro estão cebola (14,21%), tomate (9,56%) e feijão (7,10%). No ano, somente o preço a cebola acumulou um aumento de 69,45%.
No ano passado, as vendas reais dos supermercados tiveram uma queda de 1,9%, a primeira redução anual desde 2006 (-1,59%). “O resultado negativo de vendas no ano passado é reflexo do aumento do desemprego e da diminuição da massa salarial, ocorridos principalmente no segundo semestre de 2015”, disse o vice-presidente da Abras, Márcio Milan.
Segundo a gerente de atendimento da Nielsen no Brasil, Lenita Mattar, os brasileiros reduziram o consumo de produtos antes tidos como símbolos da ascensão da chamada classe C, tendência que deve se repetir em 2016. Entre janeiro e outubro, o volume de vendas de iogurte, por exemplo, caiu 1,4%, após alta de 3,4% em 2014. “Pela primeira vez desde o início da ascensão da classe C, estamos vendo redução no consumo de algumas categorias”, disse.
Para a Abras, a taxa de desemprego deve subir para 10,2% em 2016, o que vai fazer o setor amargar um segundo ano consecutivo de queda. A projeção é de um recuo de 1,8%. “Em um ano, voltamos a um patamar de desemprego de seis anos atrás”, disse Milan.
Veículo: Jornal Metro