As vendas reais do setor supermercadista no Brasil subiram em fevereiro, beneficiadas parcialmente por um dia a mais que no mesmo mês de 2015, mas seguiram fracas, refletindo a recessão no país.
Um fevereiro de 29 dias ajudou as vendas a subirem 2,92% ante mesmo mês do ano passado, informou nesta terça-feira a Abras, entidade que representa o segmento. Mas, comparadas com janeiro, as vendas caíram 1,61%, descontada a inflação. No acumulado do bimestre, as vendas recuaram 0,36% sobre a mesma etapa de 2015.
Segundo o presidente do Conselho Consultivo da Abras, Sussumu Honda, Sussumu Honda, os números uma vez mais refletiram a queda da massa salarial, que já levaram o setor a ter no ano passado a primeira queda no faturamento desde 2002. A previsão da Abras já divulgada anteriormente é de queda de 1,8% do faturamento em 2016.
— O resultado não tem sido pior porque os agentes tem sabido responder a mudanças nos hábitos de consumo dos consumidores — disse o presidente da Abras.
Pesquisa contratada pela entidade mostrou que a frequência dos consumidores nos supermercados caiu 4,3% sobre um ano antes, que metade das categorias de produtos tiveram troca por marcas mais baratas e que os consumidores reduziram o volume de compras.
— Quando há retração no volume, o setor passa a sentir os efeitos de forma mais intensa — disse ele.
Em termos de preço, a Abras registrou desaceleração em fevereiro, com alta de 0,88% no valor da cesta Abras mercado, pouco abaixo da elevação de 0,90% do IPCA no período.
— A tendência é de estabilização nos próximos meses; ao longo do ano pode ter até alguma deflação — disse o diretor da agência de pesquisas GfK Marco Aurélio Lima, explicando que a contração na massa salarial deve impedir repasses de preços maiores.
Veículo: Site ORM News