Em reunião realizada ontem (27/4), o diretor de política monetária do Banco Central, Aldo Mendes, recebeu representantes da UNECS para tratar da evolução da ampliação da concorrência no mercado de cartões. Na oportunidade os executivos do Banco Central (BACEN) informaram que os membros da entidade serão convidados a compor no futuro um grupo de trabalho para debater os arranjos de pagamentos.
Na reunião a direção da UNECS reforçou a posição e disposição em contribuir com o BACEN no valioso esforço promovido em prol do desenvolvimento e aprimoramento das práticas na indústria de meios de pagamento.
No centro da pauta estava a questão do mecanismo chamado "trava bancária". Fernando Yamada, presidente da ABRAS e coordenador da UNECS, explica que esse mecanismo tem em certa medida, asfixiado os associados. "Isso, pois, ao oferecer os recebíveis de uma determinada bandeira como garantia de uma linha de crédito, o que o associado percebe é o direcionamento compulsório de todo o fluxo desta bandeira para o domicílio bancário que detém o banco domicílio. Como efeito dessa dinâmica, o estabelecimento, que demanda de forma recorrente de capital de giro para sua operação, se vê restrito a negociar aqueles ativos que são seus recebíveis de cartões apenas com a instituição financeira que primeiro lhe concedeu crédito lastreado nesses recebíveis", explica.
Segundo o presidente executivo da Abrasel, Paulo Solmucci Júnior, foi pleiteado na reunião que as empresas tenham acesso a contratação adicional de capital de giro, possibilitando que os recebíveis possam dar acesso a mais de uma operação bancária. "É necessário que as empresas tenham mais acesso ao crédito e, consequentemente, mais condições de crescer. Precisamos que o Brasil seja um País onde empreender seja mais fácil", afirma.
Aldo Mendes, que recebeu cordialmente a direção da UNECS, disse que a evolução do sistema de meios de pagamento é contínua e que nenhuma bandeira/adquirente terá, no futuro, sua operação autorizada no Brasil sem que sejam observadas as melhores práticas concorrenciais demandadas pelo mercado, especialmente as que a UNECS tem pleiteado.
Na oportunidade, o presidente da ABRAS, Fernando Yamada, falou de outra importante demanda dos empresários do setor que é tornar os recebíveis aceitos também como garantia junto ao mercado de capitais. "Hoje a única opção do empresário do comércio e serviços é recorrer ao sistema bancário. Queremos no futuro que Fundos de Pensão, por exemplo, possam aceitar recebíveis do comércio como garantia", explica.
Participaram da reunião os diretores do Banco Central:
ALDO LUIZ MENDES - DIRETOR DE POLÍTICA MONETÁRIA-DIPOM
SÍLVIA MARQUES DE BRITO E SILVA - CHEFE DE DEPARTAMENTO DE REGULAÇÃO DO SISTEMA FINANCEIRO - DENOR
MARDILSON FERNANDES QUEIROZ - CHEFE-ADJUNTO DO DEPARTAMENTO DE REGULAÇÃO DO SISTEMA FINANCEIRO - DENOR
FLÁVIO TÚLIO VIEIRA - CHEFE DO DEPARTAMENTO DE OPERAÇÕES BANCÁRIAS E DE SISTEMA DE PAGAMENTOS - DEBAN
E os presidentes da UNECS:
CLÁUDIO ELIAS CONZ - ANAMACO
FERNANDO TERUÓ YAMADA - ABRAS
GEORGE TEIXEIRA PINHEIRO - CACB
HONÓRIO PINHEIRO - CNDL
PAULO SOLMUCCI JÚNIOR - ABRASEL
Fonte: Portal ABRAS