A 35ª edição da Convenção Gaúcha de Supermercados - Expoagas 2016 é aguardada com otimismo pela entidade promotora do evento. A feira, que reunirá 347 expositores e mais de 42 mil visitantes, tem a expectativa de movimentar R$ 445 milhões em negócios durante seus três dias. A previsão é do presidente da Associação Gaúcha de Supermercados (Agas), Antonio Longo. Segundo o dirigente, o montante significa um crescimento nominal de 9%. Na prática, o resultado supera timidamente a taxa de inflação dos últimos 12 meses (8,84%). Mas já significa um avanço, considera Longo, lembrando que, em 2015, "todas as indústrias tiveram queda nas vendas em volume físico". Isso justifica a quantidade de novas categorias e produtos que chegam com o evento, completa o presidente da Agas. "Serão mais de 800 lançamentos voltados a empresas e consumidores do País."
Longo afirma que este ano os expositores capricharam nas ofertas. "Este é o momento de se reinventar para superar a concorrência no mercado", justifica. A Expoagas 2016 ocorre de 23 a 25 de agosto no Centro de Eventos Fiergs, em Porto Alegre. Além de supermercadistas, serão aguardados visitantes dos setores de padarias, açougues, hotéis, bares, restaurantes, petshops, hospitais, farmácias, lojas de conveniência, de bazar e de R$ 1,99, e outros segmentos do varejo.
"Para atrair participantes destes canais compradores e oportunizar aos expositores da feira novos clientes, a Agas, mais uma vez, tornou gratuitas para varejistas as inscrições realizadas até o dia 17 de agosto. Após a data, haverá cobrança no credenciamento", destaca o presidente da Agas. Segundo ele, um terço das empresas realizou investimentos e ampliou negócios, buscando se readequar à nova tendência de consumo, que inclui a preferência por itens com embalagens maiores e em maior quantidade, que representem melhor custo-benefício para quem compra.
Apesar do grande número de pessoas esperado pelo evento, este ano, a estimativa é de que o público reduza em 10% frente a 2015. "Chegamos no fundo do poço, e a saída custará caro. Mas aqueles que se fizerem presentes sabem que o mercado é altamente competitivo, e que estar na feira significa fazer algo para superar a concorrência." A 35ª Convenção de Supermercados contará ainda com palestras de Caio Blinder, Diogo Mainardi, Lucas Mendes, Augusto Cury, Marcio Atalla e Max Gehringer, entre outros. "Queremos garantir uma mão de obra mais qualificada para atender o consumidor, que está mais exigente. Por isso, estas palestras são fundamentais."
O encontro congregará representantes de, pelo menos, 6 mil empresas ligadas à cadeia do abastecimento, oriundas dos 27 estados brasileiros e de outros nove países. Também estão inclusos na programação uma série de seminários e oficinas práticas, além do diferencial deste ano, que serão as visitas-técnicas a centros logísticos, supermercados e indústrias da Grande Porto Alegre. "Somos gratos a estas empresas, que não têm receio de mostrar o que fazem, porque sabem que respeitam normas e processos que a maioria não segue", comenta Longo.
Dentre as tendências que serão apresentadas, os produtos orgânicos devem receber destaque este ano. "O mercado está ampliando a oferta de itens, o que permitirá preços mais competitivos", destaca o dirigente da Agas. De acordo com Longo, os lançamentos do evento devem chegar às gôndolas dos supermercados três semanas após a feira. Na área da tecnologia e equipamentos, softwares que garantem a segurança da gestão e robôs que podem auxiliar no atendimento das lojas estarão novamente em destaque.
Confiança dos empresários de supermercados mostra recuperação
Os empresários do varejo de supermercados demonstram estar mais confiantes com o cenário macroeconômico brasileiro, de acordo com pesquisa da Associação Brasileira de Supermercados (Abras) e da GFK realizada em junho. O índice saiu pela primeira vez da zona de pessimismo desde fevereiro do ano passado.
A pesquisa que mede a expectativa dos empresários para os próximos meses registrou um índice de 50,1 pontos em uma escala de 0 a 100, em que números abaixo de 50 indicam pessimismo e números maiores que 50 apontam otimismo. Para a Abras, o número indica estabilidade e a saída de um território de expectativas negativas. "O setor supermercadista já começa a esboçar sinais de recuperação, com vendas estabilizadas", comentou em nota o presidente do Conselho Consultivo da Abras, Sussumu Honda.
As vendas do setor supermercadista, segundo a Abras, ficaram praticamente estáveis de janeiro a junho, subindo 0,07% na comparação com o mesmo período do ano anterior. Com isso, a entidade revisou para cima suas projeções para o ano. A expectativa agora é de que as vendas nos supermercados irão crescer em torno de 0,4% em 2016, ante uma previsão anterior de queda de 1,8% nas vendas em 2016.
Fonte: Jornal do Comércio de Porto Alegre