São Paulo - As vendas dos supermercados brasileiros cresceram 1,73% em termos reais em agosto deste ano na comparação com o mesmo mês do ano anterior, de acordo com a Associação Brasileira de Supermercados (Abras). Já na comparação com julho deste ano, houve queda real de 2,65%.
No acumulado do ano até agosto, as vendas do setor avançaram 0,8% em termos reais ante os mesmos meses de 2015. Todos os valores foram deflacionados pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).
Em termos nominais, a alta nas vendas em agosto foi de 10,87% na comparação com o mesmo mês de 2015. Já o resultado acumulado de oito meses é de crescimento nominal de 10,34% ante o mesmo período do ano anterior.
As vendas do varejo de supermercados estão superando as expectativas da Abras. O superintendente da entidade, Marcio Milan, avaliou que o desempenho total em 2016 pode chegar mais perto de um crescimento de 0,7%, superando a estimativa oficial da entidade para o ano, que é de 0,45%.
Milan considerou que os resultados do setor entre junho e agosto indicam uma reversão da tendência de queda no faturamento. Foram ao todo nove meses em que as vendas acumuladas ficaram no território de queda, no período entre julho de 2015 e maio deste ano. O único alívio neste intervalo havia acontecido temporariamente, com alta nas vendas de Páscoa. Mas agora a Abras entende que há uma trajetória mais sustentada para a recuperação.
Apesar do tom otimista, Milan considerou que os próximos meses tendem a ser de um crescimento menos acelerado do que a de agosto. Apenas no mês passado, as vendas subiram 1,73% ante igual mês de 2015. “A previsão é de que o resultado continue crescendo, mas talvez num ritmo mais lento e mais consistente”, ponderou.
Para o executivo, ainda há elementos de incerteza no cenário macroeconômico e político que dificultam projetar um ritmo de recuperação mais intenso. Para ele, ainda não é possível determinar até que ponto a confiança pode ser afetada por aspectos do cenário político, como o andamento das propostas de reforma elaboradas no governo do presidente Michel Temer.
Por outro lado, dados da consultoria GfK já indicam melhora das expectativas do empresariado. O Índice de Confiança dos Supermercadistas chegou a 56,3% em agosto ante 50,1% em junho. Resultados superiores a 50% indicam otimismo quanto à perspectiva de crescimento dos investimentos, das contratações e do faturamento.
“Em apenas dois meses, a confiança teve uma alta muito forte e consideramos que ainda há espaço para que esse índice continue crescendo”, afirmou Marco Aurélio, diretor de Relacionamento da GfK. Segundo a pesquisa, 80% dos empresários do setor de supermercados acredita que suas empresas estarão em situação melhor do que a atual nos próximos seis meses.
Cesta básica - O preço da cesta de itens básicos nos supermercados brasileiros caiu 0,27% em agosto na comparação com julho deste ano, de acordo com a Abrasmercado, cesta composta por 35 produtos de largo consumo pesquisada pela GfK e analisada pelo Departamento de Economia e Pesquisa da Abras.
O preço total da cesta saiu de R$ 487,34 em julho para R$ 486,04 em agosto. Já na comparação com agosto de 2015, o preço subiu 18,04%.
Entre as maiores altas do mês passado estão itens como queijo mussarela, cujo preço aumentou 8,56% ante o mês anterior, queijo prato, aumento de 8,54%, e tomate, com alta de 6,99%. Já as maiores quedas foram encabeçadas por cebola, cujo preço recuou 18,73%, batata, queda de 9,64%, e feijão, retração de 4,89%.
Segundo o diretor de Relacionamento da GfK, Marco Aurélio, há uma tendência de desaceleração pela frente em razão de uma esperada queda nos preços de alimentos mais afetados por quebras de safra ao longo deste ano. Ele destaca como exemplo o feijão, cujo preço subiu em meses anteriores e figurou entre as maiores quedas de agosto.
Fonte: Jornal Diário do Comércio de Minas