Mais da metade dos empresários do setor de comércio e serviços aprova a regulamentação do trabalho intermitente. A maioria também acredita que esse novo formato de contrato resultaria, num curto espaço de tempo, em aumento do emprego. Essa é a principal conclusão de uma pesquisa feita pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo SPC Brasil. A enquete ouviu 822 empresários do setor no país, de empresas de todos os tamanhos, na primeira quinzena de agosto.
A pesquisa revela que 53,7% dos empresários consideram a regularização do trabalho intermitente como ótima ou boa e 54,6% acreditam que a normatização desse novo modelo de contrato de trabalho resultaria no aumento do emprego.
“O trabalho intermitente com jornada flexível é um avanço e traz para dentro das empresas uma realidade vivida hoje pela sociedade”, afirma o presidente da CNDL, Honório Pinheiro. Ele observa que essa mudança seria muito favorável aos varejistas que, por causa de datas sazonais, por exemplo, têm necessidades diferenciadas de mão de obra ao longo do ano.
Nas contas do presidente da CNDL, levando-se em conta a regulamentação do trabalho intermitente e da terceirização, o emprego no comércio poderia ser ampliado em 1,1 milhão de vagas numa tacada só, se cada varejista admitisse um trabalhador por loja nesse novo sistema. Pinheiro diz que o varejo emprega 19 milhões de trabalhadores.
Terceirização
Um resultado da pesquisa que chama atenção é que, apesar de a maioria (61,3%) dos entrevistados considerar a regulamentação da terceirização uma boa iniciativa, apenas 21,3% dos empresários afirmaram que contratariam trabalhadores nessa condição.
UNECS
A regulamentação do trabalho intermitente está entre as demandas da UNECS – União das Entidades de Comércio e Serviços na reforma trabalhista. Em julho, a modernização da legislação foi o principal tema de um encontro com o Ministro do Trabalho, Ronaldo Nogueira, promovido pela Frente Parlamentar Mista em Defesa do Comércio, Serviços e Empreendedorismo – CSE.
A UNECS foi criada em 12 de novembro de 2014 e é formada pela Associação Brasileira de Atacadistas e Distribuidores (ABAD), Associação Brasileira de Supermercados (ABRAS), Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (ABRASEL), Associação Brasileira de Lojistas de Shopping (ALSHOP), Associação Nacional de Material de Construção (ANAMACO), Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil (CACB), Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL). Juntas, as entidades correspondem a 21% empregos formais do país, 65% das operações de cartões de crédito e débito e 15% do Produto Interno Bruto (PIB).
Fonte: Abad News