Inflação menor ajuda supermercados e setor deverá encerrar o ano no azul

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A alta de 1,51% registrada no acumulado do ano até novembro ficou acima do previsto e deu um ânimo a mais para as varejistas. Outro aspecto que contribuiu para o resultado foi a Black Friday

 



São Paulo - A redução da inflação, que agora começou a ser sentida pela população, e o incremento das vendas em função da Black Friday deste ano vão ajudar o setor supermercadista a obter um resultado positivo na soma do ano, ainda que a recessão tenha corroído as margens das redes. As informações foram divulgadas ontem pela Associação Brasileira dos Supermercados (Abras). Segundo o estudo, o setor registrou uma alta, no acumulado do ano de janeiro a novembro, de 1,51% - em termos reais. Para a entidade, o período natalino deve registrar valor semelhante, e a expectativa é de que o setor feche o ano nesse patamar de crescimento.


"O resultado acumulado do ano de novembro foi melhor do que prevíamos, e isso favoreceu um otimismo maior para dezembro. Muitas pessoas estão deixando as compras de Natal para a última hora com o objetivo de aproveitar algumas promoções. Portanto, estamos revendo nossa previsão de vendas para o ano, que estava em torno de 1%, para algo próximo de 1,5%", destaca o superintendente da Abras, Márcio Milan. Em valores nominais, as vendas apresentaram queda de 0,05% em relação ao mês anterior e, quando comparadas a novembro de 2015, alta de 12,34%. No acumulado do ano, as vendas cresceram 10,15%, nessa base.


Um dos grandes responsáveis pelo ânimo do varejo alimentar, segundo Milan, foi o resultado da Black Friday deste ano. "Um ponto que surpreendeu foi a Black Friday, que trouxe uma venda adicional, comparando com o ano anterior. Acredito que os próprios supermercados estavam mais preparados e com preços mais em linha com o evento", diz.

 



Adaptação
Frente a um ano recheado de dificuldades econômicas, o supermercadista brasileiro parece ter conseguido se adaptar de modo ágil, o que deve ajudar o setor a puxar a retomada do comércio, ainda que o tempo que isso levará ainda seja incerto. "Já verificamos que o consumo vem mudando lentamente. Quando olhamos a serie histórica notamos que a curva começou a inverter a partir de junho deste ano." De acordo com Milan, esse ponto de inflexão verificado em julho (ver gráfico) deve fazer com que o setor apresente um tímido avanço, na casa dos 1,5% este ano e mantenha o mesmo nível ano que vem. "A volta para o mesmo patamar de antes da crise, no entanto, deve fica para 2018, já que estávamos em patamares altos", disse, fazendo menção as altas seguidas do setor, que viveu um período de franca ascensão até o final de 2014.

 



Perfil das compras
O processo de entendimento e adaptação à crise também passou pela análise do perfil de compra do brasileiro. De acordo com Milan, o consumidor vem fazendo vários sacrifícios, como é o caso da menor intensidade de idas aos restaurantes, fator que também ajudou os supermercados. Em novembro, por exemplo, itens como café, azeites, leite em pó e outros lácteos tiveram avanço acima da média. "Os repelentes destoaram também, dispararam nesse mês, por conta das férias", diz.


Na outra ponta, produtos como refrigerantes, chocolate e sorvetes venderam menos no período. "Chega uma hora que o consumidor precisa cortar e acaba escolhendo os produtos mais supérfluos". Para este final de ano, o setor conta com as vendas de última hora para garantir crescimento no mês. "Estamos vendo que os consumidores estão deixando as compras de Natal para a última hora", diz. Segundo ele, os supermercadistas prepararam melhor os estoques deste ano e a sobra de produtos deve menor do que a vista em 2016. "Eles foram mais comedidos", diz.

 



Paula Cristina e Pedro Arbex

 



Fonte: DCI - São Paulo

 

 

 

 


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