A Operação Carne Fraca, deflagrada pela Polícia Federal na sexta-feira (17) em vários estados, suscitou na população dúvidas e questionamentos sobre a qualidade da carne e seus derivados. Na segunda-feira (20), o ministro da Agricultura, Blairo Maggi, decidiu suspender a licença de exportação de 21 plantas de frigoríficos sob investigação, mas permitiu a venda dos produtos dessas fábricas no mercado interno. A prefeitura de Ribeirão Preto, por meio da Divisão de Vigilância Sanitária (DVS) da Secretaria Municipal da Saúde (SMS), trabalha constantemente para que este tipo de problema não aconteça no município.
A Vigilância Sanitária é responsável pela inspeção de estabelecimentos varejistas e atacadistas que transportam, comercializam e manipulam carnes e derivados. "É nossa responsabilidade verificar as boas práticas de manipulação e comercialização, como: procedência, controle de temperatura, armazenamento e comercialização, segregação de produtos impróprios para consumo, correto descongelamento, manipulação e exposição à venda ou ao consumo", esclarece a chefe da DVS, Vânia Cantarella Rodrigues.
Nos últimos dias, a equipe da divisão manteve sua rotina de trabalho, desde que a operação foi deflagrada, fiscalizando e atendendo as denúncias da população. Neste período, nenhuma ocorrência foi verificada, mantendo a qualidade dos produtos no município. "Alertamos a população sobre o risco à saúde de consumir produtos de origem animal clandestinos. Todos os alimentos de origem animal devem ter selo do órgão responsável pela inspeção higiênico-sanitária", explica Vânia Rodrigues.
Ela cita o Serviço de Inspeção Federal (SIF), Sistema Brasileiro de Inspeção de Produtos de Origem Animal (Sisbi/POA), Serviço de Inspeção de Produtos de Origem Animal do Estado de São Paulo (Sisp) e o Serviço de Inspeção Municipal (SIM). A carne consumida na região de Ribeirão Preto vem de abatedouros e frigoríficos instalados em Sertãozinho, Barretos e Ipuã e 90% dos produtos de origem animal vendidos nas cidades do nordeste paulista têm o selo do SIF, do Sisbi/POA e dos Sisp, além dos certificados municipais.
Mesmo assim, o maior desafio agora será a recuperação da credibilidade. Já suspenderam a compra de carne brasileira a União Europeia, Suíça, China, Japão, Hong Kong e México. Chile e Coreia do Sul também chegaram a anunciar a suspensão, mas recuaram. Blairo Maggi frisou que as exportações não são a única preocupação do governo. A cadeia produtora de carne emprega seis milhões de pessoas, segundo informou. Boa parte delas é de pequenos produtores.
Denúncias - Em Ribeirão Preto, as denúncias de irregularidade podem ser encaminhadas através da Ouvidoria Municipal da Saúde, de segunda à sexta-feira, das nove da manhã às três horas da tarde (15 horas), pelo telefone (16) 3977-9436, ou na rua Prudente de Moraes nº 457 (Centro). Ou então por e-mail - contato.ouvidoria@saude.pmrp.com.br. Sempre que possível detalhar o problema, a marca, o tipo de carne ou produto, lote e vencimento.
Abras - Por meio de nota enviada à redação do Tribuna, a Associação Brasileira de Supermercados (Abras) diz que "orienta seus associados a priorizar a qualidade e a segurança na comercialização dos alimentos vendidos em todas as lojas do Brasil. A entidade nacional sempre recomenda a aquisição de produtos com o selo do Serviço de Inspeção Federal (SIF). Vale ressaltar que as lojas não mantêm produtos perecíveis em estoque por mais de dez dias, que é o prazo médio entre produção e comercialização. Aguardamos a identificação dos lotes irregulares para tomarmos as medidas necessárias."
Fonte: Tribuna Ribeirão