Os primeiros meses do ano não foram animadores para o varejo supermercadista. Além da queda nas vendas em fevereiro e março, registrada pela Associação Brasileira de Supermercados (Abras), a ruptura - indicador que mede a falta de produtos nas gôndolas - teve aumento recorde em 2017 e chegou a 13,93% em abril. O índice é o maior registrado desde que o indicador de ruptura começou a ser divulgado pela NeoGrid/Nielsen, em 2015.
O aumento do indicador está relacionado a ações tomadas pelas empresas do setor para driblar o período de instabilidade econômica do país. Entre elas, a redução da oferta de itens pelos supermercados. Por alguns produtos e marcas terem a mesma função para o consumidor, os supermercadistas decidiram realizar uma redução do mix e suspenderam as compras de certos itens, ocasionando esse desalinhamento.
A diminuição de estoques no varejo também causou esse efeito, já que alguns varejistas não aceitaram os ajustes de preços colocados pelos fornecedores e compraram menos. A crise também ocasionou outra mudança: as empresas de manufatura reduziram a produção de alguns produtos, o que afetou o prazo de entrega ao varejo e resultou na falta de determinados itens.
Já o consumidor, diante da crise e do desemprego, procurou mais produtos em oferta, dificultando as previsões para manter os produtos na gôndola, e trocou os produtos normalmente consumidos por itens mais baratos, que não tinham demanda prevista pelo varejo e acabaram faltando, segundo a Neogrid.
Fonte: Mundo do Marketing