Supermercado - Apesar da trajetória de gradual recuperação das vendas dos supermercados, que avançaram em setembro acumulando alta de 1,11% no ano, os empresários do setor seguem conservadores em relação ao Natal. A maioria projeta realizar compras com a indústria iguais às do ano passado e a perspectiva para o faturamento é crescer apenas 0,27%.
Os dados foram divulgados na segunda-feira (30) pela Associação Brasileira de Supermercados (Abras). Na pesquisa relativa ao Natal foram entrevistadas 81 redes supermercadistas, das quais 54% disseram que vão realizar este ano uma quantidade de encomendas igual a realizada em 2016.
"As empresas do setor sentem que existe uma melhora da economia, mas ainda estão conservadoras. Ninguém está muito eufórico para a data", diz o presidente da associação, João Sanzovo Neto. O levantamento feito pela Abras mostrou que 24% projetam encomendas maiores este ano, e 22% inferiores.
Em relação ao desempenho das vendas na data comemorativa, a média prevista é de um aumento de 0,27%, em termos reais, frente ao resultado do ano passado. Para o dirigente, ainda há uma instabilidade no âmbito político e econômico que desestimula o consumidor a gastar com produtos de maior valor agregado.
Da cesta de itens consumidos no Natal, os que devem apresentar o melhor desempenho este ano são o frango congelado e a cerveja. A expectativa é um crescimento de 4,09% e 2,86%, respectivamente, em termos reais. Na outra ponta, os piores desempenhos serão o do chester (-1,88), vinho importado (-1,86), peixe congelado (-1,76) e brinquedos (-1,7).
A pesquisa mostrou também uma perspectiva conservadora dos empresários em relação a contratação de temporários para o final do ano. Dos 81 entrevistados, apenas 23% disseram que devem contratar mão de obra temporária. O indicador mostra uma leve piora em relação ao ano passado, quando a intenção de empregar para a data comemorativa foi citada por 25% dos entrevistados (veja mais no gráfico).
Resultado mensal
Na ocasião, a entidade divulgou ainda o resultado do setor no mês de setembro. De acordo com a Abras, houve avanço de 4,58% nas vendas, na comparação com o mesmo mês do ano anterior e em termos reais (descontados os efeitos da inflação). Frente a agosto deste ano, a alta foi menor, de 3,1%.
Em valores nominais, as vendas dos supermercados cresceram 7,25%, frente ao mesmo mês de 2016, e 3,26%, na comparação com agosto.
Com o resultado, o setor acumulou nos nove meses de 2017 um crescimento de 1,11%. Até agosto, o acumulado do ano estava em 0,67%. Segundo Sanzovo Neto, a entidade mantém a previsão para o consolidado de um crescimento de 1,5%. Ele pondera, entretanto, que a Abras está analisando se precisará reduzir a projeção para 1,3%, em decorrência da deflação de alimentos, que tem impacto o resultado das empresas do ramo.
"Em janeiro nossa previsão era crescer 1,3%. Tivemos alguns movimentos ao longo do ano que justificaram revisar para cima, para 1,5%, e agora estamos avaliando se reduzimos novamente para 1,3%, por conta da forte queda dos preços dos alimentos", detalha.
A cesta de produtos vendida em supermercados, medida pelo indicador Abrasmercado, apresentou uma redução nos preços de 0,42% em setembro, na comparação com o mês anterior. Já em relação ao mesmo período do ano passado, a retração foi de 7,69%.
Dos produtos analisados, o que registrou o maior recuo no mês foi a cebola, cujos preços diminuíram 10,56%, frente agosto. Em seguida ficou o tomate (-9,44%), batata (-7,19) e feijão (-5,57). A cesta medida pela Abras é composta pelos 35 produtos mais consumidos nos supermercados, como alimentos e higiene e beleza.
Fonte: Terra Viva