Abilio Diniz minimiza problemas na governança da BRF

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O empresário Abilio Diniz relativizou os recentes episódios envolvendo a governança da BRF, empresa de alimentos em que preside o conselho de administração. Ontem, ele repetiu várias vezes que a situação, incluindo especulação financeira com ações da companhia, não é anormal.

 

"Não tem nada de anormal, nada de excepcional, isso acontece nas grandes corporações que não têm um controlador definido. E no caso da BRF, foi uma conjugação de maus resultados, provenientes de fatores externos e internos", afirmou na convenção da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), no Rio.

 

Insatisfeitos com os resultados da empresa de alimentos, os fundos de pensão Previ (Banco do Brasil e Petros (Petrobras) pediram a destituição do atual conselho da BRF, presidido por Abilio. Os fundos de pensão Petros e Previ, donos de mais de 20% da empresa, divulgaram chapa com os dez nomes defendidos por elas.

 

Para Abilio, o cenário atual de negócios da empresa levou acionistas a ficarem preocupados, e a "se mexerem". Ele disse que houve uma "certa exacerbação de alguns acionistas", mas não detalhou nem os citou nominalmente. Em sua avaliação, há também especulação financeira com as ações da companhia - e repetiu que não é anormal.

 

"[Há] muita gente se aproveitando do momento, muita gente sabendo que BRF é uma grande empresa", falou, referindo-se à oportunidade de comprar ações a um preço mais baixo devido ao potencial de valorização do papel. "Não há nada de anormal do que se passa numa grande corporação. Necessário? Não é necessário, mas temos que passar por isso", completou.

 

"Estou sereno e tranquilo, consciente da minha responsabilidade por ser presidente do conselho de administração de uma empresa deste tamanho. Já passei por enormes crises, enormes momentos desafiadores na minha vida. E graças a Deus consegui sair do outro lado aprendendo e mais forte. Tenho certeza que este momento não vai ser diferente. A BRF é uma grande empresa e vai chegar no seu ponto, vai se recuperar e vai continuar crescendo", disse.

 

Apesar das divergências, as entidades adotaram o mesmo discurso. "Temos a convicção de que a empresa pode entregar muito mais ", disse na sexta-feira o diretor da Petros, Daniel Lima. O diretor da Previ, Marcus Moreira, mencionou recentemente o potencial de recuperação, dado o mercado em que a BRF atua, histórico e a qualidade dos ativos.

 

Fonte: Valor Econômico


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