Sob mediação de Cesar Tsukuda, Luis Goes, engenheiro civil, sócio-diretor da Lytics e autor do livro “Inteligência de mercado – O poder da informação”, apresentou um importante panorama sobre o posicionamento atual do varejo de beleza. Entre os dados, o destaque foi para o quadro evolutivo desde 2014, passando pelos governos anteriores até o atual, em que enfatizou os três pilares primordiais para avaliar a perspectiva no varejo em relação a renda, desemprego e confiança do consumidor.
Em suma, os dados revelam oscilação ao longo dos últimos oito anos – com altos e baixos –, porém com forte tendência de recuperação da confiança do consumidor no mercado atual. Diante disso, Luis ressaltou a importância do varejista investir cada vez mais em tecnologia, conhecimento e na busca de profissionais mais qualificados. “Dentro dos nossos 14 milhões desempregados, a grande maioria não é qualificada, por isso, é de suma importância que os profissionais invistam cada vez mais em conhecimento e qualificação. Este será o fator essencial que manterá as empresas em crescimento”, disse o especialista.
Macro e microeconomia
Dando continuidade a apresentação do panorama atual do varejo de beleza, João Galassi, vice-presidente da ABRAS (Associação Brasileira de Supermercados), reforçou a importância do foco tanto na macroeconomia, quanto na micro, pois ambas se afetam. “Existe um grande desafio de redução de gastos, geração de empregos e, consequentemente, renda, além de investimento em infraestrutura. Há grandes expectativas em relação a reforma da previdência; está agendada também uma reforma fiscal; nossa inflação está controlada. Com base nesse quadro, podemos sim ter otimismo em relação a um crescimento”.
Desafios
Os maiores desafios dos varejistas foram expostos por Helio Biaggi, presidente do conselho da SBVC (Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo), que evidenciou os fatores de impacto e as tendências de mercado varejista. “Os parâmetros estão mudados. O quadro é diferente do que era cinco anos atrás, principalmente no âmbito digital e tecnológico. São muitas as estratégias para que as empresas se preparem, se reinventem. Atenção às tendências de mercado, investimento em qualificação e trabalho de forma colaborativa junto as indústrias”, ressaltou. Biaggi, assim como os palestrantes anteriores, também demonstrou otimismo. “Houve leve crescimento do PIB recentemente e a bolsa cresceu 15%. E no varejo de beleza há uma condição diferenciada”, concluiu.
Mudanças contratuais beneficiam empresário e trabalhador
Fabíola Xavier, diretora executiva do IDV (Instituto para o desenvolvimento do Varejo), chamou a atenção para a área trabalhista e deu aos gestores dicas que simplificam as questões contratuais. “Com a Reforma Trabalhista foram abertas diversas possibilidades contratuais, como por exemplo, a contratação intermediária. Dessa forma, há geração de empregos formais e legais, com recolhimento e, consequentemente, ajuda ao nosso País. Nosso objetivo é combater a ilegalidade. Não há nada mais desleal do que competir com seu concorrente de forma desleal”, afirmou.
A responsabilidade na proteção de dados
“Os dados são o novo petróleo”. Foi com essa frase que Ney Arruda, Diretor Operacional da Febrafar e especialista em gestão estratégica de pessoas, iniciou seus comentários sobre o cenário de coleta de dados do consumidor. “Hoje o pequeno e médio varejo tem dificuldade em extrair esse “petróleo” das profundezas e trabalhar de forma assertiva os dados de seus clientes. Transformar dados em informação e informação em conhecimento. Olhando para isso, a Febrafar tem estudado os dados dos consumidores e aprendemos muito com o setor de beleza. Nossa preocupação é o cuidado com as pessoas em primeiro lugar, não o monetário”, disse.
Educação financeira e otimismo com a Reforma da Previdência
Hilgo Gonçalves, especialista em mercado financeiro, encerrou a primeira palestra destacando a importância no investimento em educação financeira. “Não tem segredo: no varejo, envelhecer com qualidade é chegar a uma determinada idade com economia e responsabilidade. E a chave para isso é educação financeira. Como gastar menos do que se ganha, independente do quanto se ganha”, disse.
O especialista também falou, com otimismo, sobre os benefícios da Reforma da Previdência. “Com a Reforma, a estimativa é injetar 1 trilhão na economia e mais de 20 milhões de trabalhadores que hoje são excluídos, serão incluídos na economia”, finalizou.
Fonte: Beauty Fair